O Ministério Público da Venezuela solicitou à Justiça a emissão de um mandado de prisão contra Edmundo González, candidato da oposição nas eleições presidenciais. A informação foi divulgada pelo órgão nesta segunda-feira (2).
De acordo com o MP, o pedido de prisão foi feito após González ter ignorado três convocações para prestar depoimento. O órgão é alinhado ao presidente Nicolás Maduro e controlado por chavistas. Até a última atualização desta reportagem, a Justiça ainda não havia se pronunciado.
Confira o pedido de prisão:
González está sendo investigado por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação a atividades ilegais e sabotagem de sistemas.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, chegou a afirmar que o depoimento de González seria sobre a publicação de atas impressas das urnas eleitorais em um site.
O opositor já havia sido alertado pelo Ministério Público sobre a possibilidade de um mandado de prisão contra ele caso não comparecesse ao depoimento.
Com receio de ser preso, González não compareceu às convocações do MP, assim como não compareceu quando o Tribunal Supremo de Justiça convocou todos os candidatos da eleição para assinarem um documento reconhecendo o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O CNE declarou a vitória de Maduro sem apresentar as atas eleitorais. Tanto a Suprema Corte quanto o Conselho Eleitoral são alinhados ao governo de Maduro.
O presidente Nicolás Maduro tem ameaçado González e Corina Machado com prisão desde a eleição, afirmando que os opositores “devem estar atrás das grades”. A última ameaça ocorreu quando ele usou uma analogia com “ganchos” ao se referir ao candidato opositor durante um discurso em um evento na quarta-feira (28).
“O que aconteceria se o citam e não vai na primeira vez? O que acontece se não for na segunda? E na terceira? Gancho. O juiz está obrigado a aplicar a lei. Um cidadão que respeite a democracia, a República, a Constituição e as leis jamais pode se recusar a uma convocação judicial”, disse Maduro durante discurso nesta quarta (28/08).
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