A ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, foi presa na madrugada deste sábado (13) após uma ordem do Ministério Público. A confirmação da prisão foi feita pelo ministro Eduardo Del Castillo Del Carpio nas redes sociais. Ele escreveu que “ela está nas mãos da polícia”.
O ministro ainda parabenizou o trabalho do Comando Geral de Polícia Boliviana e a Direção Nacional de Inteligência “na grande e histórica tarefa de fazer justiça ao povo boliviano”.
Quando soube que os policiais estavam em sua casa, ela se escondeu dentro da cama. Os agentes chegaram a pensar que Jeanine teria fugido para o Brasil, mas, ao vasculharem a casa, a encontraram escondida.
O Ministério Público da Bolívia pediu a prisão da ex-presidente Jeanine Áñez e dos ex-ministros Arturo Murillo, Yerko Núñez, Álvaro Coímbra, Fernando López e Rodrigo Guzmán, por delitos de “terrorismo, sedição e conspiração”.
O MP considerou que havia elementos suficientes de condenação para os acusados, conforme informou a estatal Agência Boliviana de Informação.
O órgão cita documentos como cartas, fotos, atas e informes para sustentar que as Forças Armadas tiveram participação em crimes por orientação do Estado, durante o ano de 2020.
A denúncia foi apresentada por um bloco de parlamentares e ex-parlamentares do MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Morales e de Luis Arce, atual presidente da Bolívia.
A ordem de prisão inclui ainda ex-membros do alto comando militar boliviano em 2019, entre eles o almirante Palmiro Jarjuri, ex-comandante da Marinha; Jorge Gonzalo Terceros, ex-comandante da Força Aérea, o general Gonzalo Mendieta, ex-comandante do Exército; além do general Jorge Gonzalo Terceros, da Força Aérea Boliviana.
Nas redes sociais, após a decisão do MP, Jeanine Áñez disse que está sendo perseguida pelo novo presidente da Bolívia, Luis Arce. “A perseguição política começou”, escreveu. “O Movimento ao Socialismo [partido de Arce] decidiu voltar aos estilos. “O Movimento ao Socialismo [partido de Arce] decidiu voltar aos estilos da ditadura. Uma pena, porque a Bolívia não precisa de ditadores, precisa de liberdade e de soluções.”
Nos últimos dias, chefes militares e policiais que participaram do processo também foram alvos de pedidos de prisão.
Outros ex-ministros protestaram nas redes. Alvaro Coimbra disse que a detenção foi declarada “de maneira ilegal e abusiva”. Yerko Núñez escreveu que o MAS(Movimento ao Socialismo) tem a cumplicidade da Justiça para “ir à caça” de ex-ministros.
Em 2019 a eleição presidencial na Bolívia foi anulada após uma auditoria da OEA (Organização dos Estados Americanos) apontar a existência de uma “manipulação dolosa” em favor do então presidente, Evo Morales, que buscava um polêmico quarto mandato consecutivo. Pressionado pelo povo, ele anunciou sua renúncia ao cargo em 10 de novembro.
Logo após deixar a presidência, Morales partiu para o México como asilado político e, em dezembro, estabeleceu-se como refugiado na Argentina.
Jeanine Áñez chegou ao poder e se manteve por cerca de um ano na presidência, no entanto, em uma nova votação no ano passado, o aliado de Morales venceu as urnas.
Antes de ser presa, Jeanine Áñez, se manifestou nas redes sociais. “Denuncio a Bolívia e ao mundo que este é um ato de abuso e perseguição política do MAS [partido governista Movimento ao Socialismo] que me mandou prender. Me acusa de ter participado de um golpe de estado que nunca ocorreu”.
Confira a análise no Canal Pátria & Defesa:
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