Quando o presidente eleito Jânio Quadro renunciou ao cargo, assumiu seu vice-presidente João Goulart (1961). Ocorre que o novo presidente era de esquerda, o que inquietou segmentos da sociedade.
Ocorre que Jânio Quadros renunciou inesperadamente à presidência no mesmo ano da posse (1961). E João Goulart foi surpreendido em plena viagem à República Popular da China. Essa visita a um país comunista, entretanto, foi usada para rotular sua tendência política.
Sua posse foi marcada por manobras políticas que incluíram inclusive mudar o regime para parlamentarista. O novo regime de governo durou até 1963, quando retornou para o presidencialista.
Goulart chegou a viajar para os Estados Unidos, posto que desejava mudar sua imagem de comunista. Ocorre que a desconfiança persistia, já que ele vinha o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que era de esquerda.
Desconfiado de que seu cargo corria risco, no dia 13 de março de 1964, ele marcou um comício público. Em frente a Central do Brasil, no Rio de Janeiro, o presidente discursou para 150 mil ouvintes.
Ali ele anunciou suas reformas de base, medidas de profundo cunho social. Ao seu lado estavam pessoas ligadas à esquerda, como Leonel Brizola, do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), assim como membros da União Nacional dos Estudantes.
Goulart preparou projetos de leis bastante polêmicos, como a desapropriação de terras nas margens das ferrovias, rodovias e açudes públicos.
Anunciou também a desapropriação das refinarias de petróleo privadas. Haveria igualmente o tabelamento dos preços de aluguéis, assim como a desapropriação dos imóveis particulares desocupados.
A reação conservadora foi imediata e ocorreu nas ruas no dia 19 de março com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Essa passeata mobilizou mais de 500 mil pessoas em São Paulo contra o comunismo e reivindicando a intervenção dos militares na política brasileira.
A Igreja Católica não apoiava o governo de João Goulart. Seus sacerdotes pregavam que o comunismo estava prestes a tomar o governo. Por outro lado, dirigentes dos trabalhadores articulavam uma greve geral, sendo apoiados pelo governo.
Foi então que, na noite de 31 de março de 1964, ocorreu a Revolução Militar, com tanques ocupando prédios públicos. Leonel Brizola e outros esquerdistas foram presos, sendo que os Estados Unidos se apressaram em apoiar a ação.
O presidente João Goulart, sem apoio popular, partiu de avião para o exílio no Uruguai. A presidência foi então declarada vaga e assumiu Ranieri Mazzilli, posto que era o presidente da Câmara.
A Revolução Militar se deu devido a ameaça comunista orquestrada por João Goulart. No contexto histórico da Gerra Fria, os Estados Unidos não desejavam perder terreno para a União Soviética. O ato dos militares tinha o apoio dos empresários, latifundiários, inclusive da Igreja Católica.
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