Moraes manda soltar Mauro Cid

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a libertação do tenente-coronel Mauro Cid nesta sexta-feira (3). Mauro Cid, que serviu como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estava detido desde março deste ano após a divulgação de gravações onde ele fazia acusações contra o magistrado e a Polícia Federal (PF).

Anteriormente, no ano passado, Cid já havia sido preso por um período de quatro meses. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro enfrenta investigações em casos relacionados à possível venda de joias recebidas pelo ex-presidente, à suposta falsificação de cartões de vacinação e à organização de uma transmissão ao vivo em que Bolsonaro criticou o sistema eleitoral.

ÁUDIOS COM ACUSAÇÕES CONTRA MORAES

Nos áudios de Mauro Cid, divulgados pela revista Veja no dia 21 de março deste ano, o militar fazia acusações graves contra a PF e Moraes. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou que foi induzido a corroborar declarações de testemunhas e que um dos delegados o constrangeu a reproduzir informações específicas sob ameaça de perder os benefícios do acordo de delação premiada.

“Eles [os policiais] queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu. Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo” afirmou Cid.

O militar também teria reclamado a pessoas próximas que suas declarações foram distorcidas, com informações tiradas de contexto e outras convenientemente omitidas pela PF. Ele afirmou que os delegados só incluíram na delação relatos que se encaixavam com a “narrativa” da PF.

“Eu vou dizer o que eu senti: já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar” desabafou o tenente-coronel.

Na conversa, Mauro Cid também disse que Alexandre de Moraes já tinha a sentença pronta e que tinha o desejo de prender “todo mundo”.

“Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo”

E continuou:

“O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”

Em outros áudios, o ex-ajudante de ordens mostrou que estava insatisfeito por ser o mais prejudicado. O militar ainda citou as doações de Pix para Jair Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente ficou “milionário”, enquanto ele sofreu muitas perdas.

Cid também se mostrou preocupado com quantos anos de prisão os aliados de Bolsonaro serão condenados, já que os acusados do 8 de janeiro foram condenados a 17 anos.

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