O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a quebra dos sigilos fiscal, bancário, telefônico e busca e apreensão, do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, servidores do Ibama, além de três empresas.
A operação, batizada de Akuanduba (divindade de indígenas do Pará), autorizada por Moraes, determinou que 160 policiais federais cumpram 35 mandados no Distrito Federal, no Pará e em São Paulo.
As buscas foram realizadas na residência do ministro em São Paulo e nos endereços funcionais em Brasília e no Pará, onde ele tinha montado um gabinete.
As investigações iniciaram em janeiro, segundo a Polícia Federal, a partir de informações “obtidas de autoridades estrangeiras” que noticiavam um “possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira”.
O magistrado mandou afastar nove agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no Ibama, inclusive o presidente do órgão Eduardo Fortunato Bim.
A investigação mira funcionários da administração pública acusados de facilitar a exportação ilegal de madeira e visa apurar crimes contra a administração pública (corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando) praticados por servidores e empresários do ramo madeireiro.
Moraes também determinou a reabertura do inquérito sobre a fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre “passar a boiada”, em eventual flexibilização de normas de proteção ambiental, gravada em vídeo na reunião ministerial de 21 de abril de 2020.
A notícia-crime havia sido arquivada pelo próprio Moraes em outubro do ano passado. O motivo do desarquivamento e do pedido de conclusão do processo, que corre em sigilo, são as novas informações apuradas pela Polícia Federal sobre o caso, que pediu o desarquivamento.