Nesta quinta (1), o ministro do STF, Alexandre de Moraes arquivou o inquérito aberto para investigar supostos “atos antidemocráticos” mas decidiu abrir uma nova investigação, agora para investigar a existência de uma “organização criminosa” digital montada “com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”.
“Acolho a manifestação da Procuradoria-Geral da República e determino o arquivamento do Inquérito nº 4828, instaurado para ‘a apuração de fatos ocorridos no dia 19 de abril de 2020 e seus antecedentes’, em virtude da ocorrência de ‘aglomerações de indivíduos diante de quartéis do Exército Brasileiro das quais foram noticiadas pretensões de animosidade entre as Forças Armadas e as instituições nacionais’, escreveu o magistrado.
O novo inquérito é para investigar o presidenteJair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro , o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, além de deputados da base, por organização criminosa.
De acordo com a decisão de Moraes, o novo inquérito terá prazo inicial de 90 dias e será conduzido pela equipe da delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, da Polícia Federal, em razão da conexão com o inquérito arquivado.
“Essa organização defende a necessidade de exclusão dos Poderes Legislativo e Judiciário na tríade do sistema de freios e contrapesos da Constituição Federal, ora atacando seus integrantes, especialmente, no caso do Congresso Nacional, dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, ora pregando a própria desnecessidade de tais instituições estruturais da Democracia brasileira”, diz Alexandre de Moraes.
BOLSONARO CRITICA
O presidente Jair Bolsonaro criticou hoje a decisão do ministro Alexandre , de abrir uma investigação sobre a possível existência de uma supostas organização criminosa que divulga fake news para atacar a democracia.
Como retaliação, com toda certeza, o senhor Alexandre de Moraes manda investigar ‘organização criminosa’, dois deputados, o Flávio, meu filho, senador, e o Carlos também. (…) Isso me lembra os países comunistas. Você vai buscar o cara em casa, leva a esposa dele embora, leva o filho, e aqui é a mesma coisa. Qual o próximo passo agora? Qual ação contra os meus filhos vão querer fazer?”