A gigantesca indústria de defesa dos EUA está investindo bilhões de dólares de olho nas armas hipersônicas — como os mísseis Mach 5, que voam a pelo menos 6.174km/h, ou seja, cinco vezes a velocidade do som. O renovado interesse dos militares americanos nessas armas — estimulado pela preocupação de que os EUA fiquem atrás da Rússia e da China — abre a porta para contratos lucrativos.
A indústria desenvolve armamentos de superalta velocidade para o Exército, a Marinha e a Força Aérea. Lockheed Martin, Raytheon e a Northrop Grumman buscam se firmar nesse mercado. O Pentágono estima que os programas do Exército e da Marinha que compartilham um míssil comum podem somar US$ 28,5 bilhões.
A busca de novas armas por rivais estratégicos evoca as tensões da Guerra Fria, mas até que ponto as armas hipersônicas irão alterar o equilíbrio global de poder é uma questão de debate.
As armas hipersônicas entraram em foco quando o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, disse em outubro que a China estava perto de um “momento Sputnik” depois do teste um foguete hipersônico noticiado pelo jornal Financial Times. Pequim negou o teste, mas funcionários americanos confirmaram que Pequim testou a arma, que teria viajado ao redor do mundo e atingido um alvo na China.
Já o presidente Vladimir Putin celebrou as capacidades hipersônicas da Rússia ainda em 2018, embora as autoridades americanas tenham falado mais das preocupações com o programa da China.