A 24 dias das eleições, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não conseguiu sucesso na ofensiva de abrir canais de diálogo com a cúpula das Forças Armadas. Desde o início do ano passado, interlocutores do candidato do PT ao Palácio do Planalto tentaram se aproximar de oficiais-generais influentes na caserna.
A orientação no Exército é que qualquer contato político ou solicitação de candidatos sejam direcionados para avaliação do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, que é subordinado direto de Bolsonaro.
Na eleição de 2018, o comando do Exército havia aberto as portas para receber candidatos à Presidência. O atual comandante da Força, general Marco Antônio Freire Gomes, interrompeu o precedente e deixou de receber presidenciáveis. O grau de polarização política foi uma das justificativas dos militares para evitar conversas. O comandante preferiu se isolar de assuntos eleitorais e passar longe de exposição perante o Planalto e a opinião pública.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa de Lula, tentou conversar com a cúpula do Exército, mas ouviu que as portas estavam fechadas. Oficialmente, o Comando do Exército negou qualquer abordagem.
Alckmin era uma das apostas da aliança lulista para a função de interlocutor com as Forças Armadas. Também desempenharam esse papel os ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Celso Amorim e Jaques Wagner.
Após a tentativa frustrada de diálogo com a cúpula militar, segundo um conselheiro de Lula, o petista desistiu. A palavra de ordem é tratar as Forças Armadas como parte da “burocracia do Estado”, em vez de dar protagonismo político.
O assunto não está mais na ordem do dia da campanha petista. Lula considera ter um legado de “previsibilidade” na relação com a caserna. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2022/09/09/militares-fecham-portas-para-tentativa-de-contato-da-campanha-de-lula.htm