Após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, ordenar a suspensão da liberação de recursos federais via emendas parlamentares impositivas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), entrou em contato com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Lira estava visivelmente irritado. Enfurecido com o que considera uma interferência indevida entre os poderes, ele solicitou ao ministro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interviesse pessoalmente para conter as ações do magistrado. Flávio Dino, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Lula, foi nomeado ao Supremo Tribunal Federal pelo próprio presidente.
Rui Costa é o principal canal de comunicação de Lira no governo federal, uma vez que o presidente da Câmara não mantém contato com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política com o Congresso.
Apesar de Rui Costa ter tentado tranquilizar Lira, reiterando que Lula não tem influência direta sobre os ministros do Supremo, o parlamentar permaneceu cético. Muitos deputados acreditam que o governo federal está diretamente envolvido nessa iniciativa do STF.
Lula, embora critique publicamente o controle do Congresso sobre o orçamento federal por meio das emendas, enfrenta críticas internas no Palácio do Planalto, onde a condução dessa questão é vista como um fator de crescente tensão na relação com o Congresso.