Justiça manda soltar dono de empresa de reboque, e decisão cita possíveis ‘fins eleitoreiros’

A Justiça determinou nesta quinta-feira (10) que Jailson dos Santos Salazar, dono da empresa JS Salazar – que era responsável pela administração de pátios e reboques de veículos do Rio – deve ser solto. O homem foi preso na terça-feira (8) suspeito de tentar subornar o vereador Gabriel Monteiro (PSD) oferecendo R$ 200 mil ao político.

Em audiência de custódia nesta quinta, mesmo o Ministério Público se manifestando pela prisão preventiva de Jailson, o juiz Rafael de Almeida Rezende disse que não existem dados concretos que indiquem que a liberdade do empresário possa “colocar em risco a ordem pública, conveniência da instrução criminal ou a aplicação da lei penal”.

O magistrado também levou em conta os vídeos publicados por Gabriel Monteiro na internet, dizendo que, por isso, não seria possível “descartar a tese de flagrante preparado”, como argumentou a defesa de Jailson. O juiz acrescentou que os fatos devem ser melhor esclarecidos.

A decisão cita, ainda, que se Gabriel Monteiro apurou as irregularidades, poderia ter “comunicado os fatos autoridades competentes”. O juiz diz ser incompreensível a necessidade de uma reunião na casa do político, o que sugeriria que a ação de Gabriel Monteiro poderia ter “fins eleitoreiros”.

Gabriel Monteiro disse que o argumento citando as eleições é “descabido”. E acrescentou que o grupo formado por Jailson e PMs foi à casa dele a “contragosto”. “Tá no vídeo! Eles impuseram vir na minha casa. É revoltante. (…) Eles chegaram aqui cheios de bebidas. Eles que trouxeram. Eu estava com receio deles”, afirmou o parlamentar.

Gabriel gravou o encontro e, segundo ele, a proposta de Jailson seria de uma mensalidade de R$ 200 mil para que o vereador virasse “parceiro” deles.

A Prefeitura do Rio de Janeiro rescindiu nesta quarta-feira (9) o contrato com a JS Salazar.

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