O ministro Alexandre de Moraes decidiu nesta semana negar a devolução do passaporte de Jair Bolsonaro e impedir sua viagem à posse de Donald Trump nos Estados Unidos, marcada para a próxima segunda-feira (20). A decisão foi amplamente repercutida pela imprensa internacional.
Veículos como The New York Times e The Washington Post, dos Estados Unidos, além da emissora Al Jazeera, do Catar, e os jornais europeus The Guardian e El País noticiaram o caso.
O New York Times destacou os processos enfrentados por Bolsonaro e sua admiração pelos Estados Unidos e por Trump. “O ex-presidente brasileiro, pressionado por investigações criminais, olha para os EUA para mudar a política de sua nação — e talvez mantê-lo um homem livre”, afirmou a publicação.
No Washington Post, o foco esteve nos conflitos entre Bolsonaro e o ministro Moraes, destacando a decisão judicial: “O juiz Alexandre de Moraes, que Bolsonaro chama frequentemente de seu inimigo pessoal, disse na decisão que o político de extrema-direita atualmente não ocupa nenhuma posição que lhe permitiria representar o Brasil no evento […]”. O jornal também mencionou um post de Bolsonaro na rede social X, no qual ele acusa o sistema judicial brasileiro de perseguição política e compara sua situação à de Trump: “Ele disse que Trump ‘superou o ativismo judicial. Eu também o superarei.’”
A Al Jazeera enfatizou que o confisco do passaporte de Bolsonaro faz parte de investigações em andamento, relembrando o apelido de “Trump dos Trópicos” frequentemente associado ao ex-presidente. O veículo destacou ainda que Bolsonaro “negou todas as acusações contra ele. Mas a polícia o considerou um risco de fuga”.
O britânico The Guardian relembrou que o passaporte de Bolsonaro foi apreendido em fevereiro do ano passado e citou acusações relacionadas a ameaças à democracia. “O documento de viagem de Bolsonaro foi apreendido pela polícia federal em fevereiro de 2024, enquanto os investigadores aprofundavam suas investigações sobre o que eles chamam de conspiração para desmantelar a democracia de 40 anos do Brasil”. A publicação mencionou também que o ex-presidente foi formalmente acusado de integrar uma conspiração criminosa para impedir a posse de seu sucessor de esquerda por meio de um golpe.
O espanhol El País mencionou a comemoração do movimento bolsonarista com a vitória de Trump: “A eleição do magnata foi recebida com euforia pelos apoiadores de Bolsonaro, mas o chefe da oposição brasileira enfrenta crescentes problemas legais […]”. A ida de Michele Bolsonaro a Washington como representante do ex-presidente também foi mencionada, conforme revelado por ele em entrevista.
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