Hong Kong: Com prisão de diretores, polícia fecha jornal pró-democracia

Hong Kong acordou com a notícia de uma operação envolvendo centenas de policiais contra o jornal digital pró-democracia Stand News, em mais uma ação para sufocar a liberdade e reprimir a imprensa.

Seis executivos e um jornalista foram presos. Em poucas horas, o Stand News anunciou que encerrou imediatamente as suas operações e que seu site oficial e páginas de mídia social serão excluídos até quinta-feira. Todos os funcionários foram desligados.

“A política editorial do Stand News era de independência e empenho para proteger os valores fundamentais de Hong Kong de democracia, direitos humanos, liberdade, Estado de direito e justiça”, dizia o comunicado. “Obrigado, leitores, por seu apoio contínuo.”

As sete pessoas foram presas sob suspeita de conspiração para publicar material sedicioso, segundo a polícia. Um alto funcionário das forças de segurança, Steve Li, acusou a publicação de publicar conteúdo “inflamatório” com o objetivo de incitar o ódio ao governo e ao Judiciário, especialmente por meio de sua cobertura dos protestos pró-democracia da cidade em 2019.

Não se sabe ainda se a empresa enfrentará acusações de acordo com a severa Lei de Segurança Nacional imposta no ano passado por Pequim, que pode motivar penas duras e até prisão perpétua.

A acusação de sedição não se enquadra na Lei de Segurança Nacional, mas sim em um decreto da era colonial britânica, antes da devolução da cidade à China, em 1997. Apesar disso, as prisões foram realizadas pela polícia de segurança nacional, e o mandado para a batida na redação foi emitido sob a lei de segurança, disse a polícia.

Na coletiva, uma autoridade policial disse que os artigos do jornal tinham como objetivo incitar a secessão, subverter o poder do Estado e pedir a governos estrangeiros que impusessem sanções a Hong Kong — todos crimes sob a lei de segurança.

O mais recente golpe contra a liberdade de expressão no território semiautônomo ocorre apenas meio ano após o fechamento do tabloide Apple Daily, cujo dono, Jimmy Lai, continua atrás das grades

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