GSI nega interferência da CIA e diz “Não recebemos recados”

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência negou ter recebido recados por parte da CIA em relação às eleições de 2022. O pronunciamento da pasta ocorre após a Reuters veicular que o diretor da agência de inteligência norte-americana, William Burns, teria orientado o presidente Jair Bolsonaro (PL) a parar de questionar o processo eleitoral brasileiro, durante reunião em julho do ano passado.

“Os assuntos tratados em reuniões na área de inteligência são sigilosos. O GSI não recebe recados de nenhum país do mundo, nem os transmite. Temos um excelente corpo de diplomatas e adidos para tratar dos interesses nacionais” , declarou o GSI, em nota nesta quinta-feira (5).

Durante sua viagem ao Brasil em 2021, o diretor da CIA esteve com o presidente, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o até então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. Ele também jantou com o general Luiz Eduardo Ramos, ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

Segundo fontes anônimas ouvidas pela Reuters, Burns teria dito que o processo democrático é sagrado e que o presidente não deveria se referir a ele publicamente.

Uma terceira fonte de Washington também relatou que uma delegação foi orientada pelo diretor da CIA a dizer aos principais assessores de Bolsonaro que o presidente deveria parar de desacreditar o pleito. Essa mesma fonte, porém, declarou não saber dizer se foi o próprio Burns que transmitiu a mensagem ao presidente ou algum integrante da delegação.

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