Compass e TotalEnergies assinam acordo de intenções com a YPFB para compra de gás natural, após cortes com a Petrobras

Após a companhia boliviana YPFB realizar cortes no fornecimento de gás natural à Petrobras, as empresas Compass e TotalEnergies se aproximam da fornecedora do combustível e assinaram um acordo de intenções para futura comercialização do produto

As empresas Compass e TotalEnergies assinaram um acordo de intenções com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) na quarta-feira, (25/05), para uma possível comercialização de gás natural. A aproximação com a companhia boliviana acontece logo após um corte realizado pela empresa no fornecimento de gás à estatal Petrobras e demonstra uma articulação do mercado brasileiro em busca de novos negócios com a YPFB.

Comercialização de gás natural com a YPFB é novo foco da Compass e da TotalEnergies e empresas assinam acordo de intenções para negócios futuros com a boliviana 

O cenário de óleo e gás no Brasil está bastante instável nos últimos dias, uma vez que a YPFB cortou em 30%, a partir deste mês, o volume de gás enviado ao Brasil para a estatal Petrobras, com o objetivo de demonstrar interesse nos novos compromissos assumidos com a Argentina, com foco na exportação do combustível para o país vizinho. E, com essa decisão, as empresas Compass e TotalEnergies se articulam para uma aproximação com a boliviana em busca de novos empreendimentos futuros no segmento. 

Assim, em meio aos desentendimentos da YPFB com a Petrobras nos últimos dias, as companhias Compass e TotalEnergies assinaram um acordo de intenções para negociar a comercialização de gás natural com a boliviana. As partes irão agora realizar estudos sobre projetos futuros de fornecimento do combustível para o território nacional, visando um contrato benéfico para ambas as empresas.

Após o corte do fornecimento de gás natural à Petrobras, a empresa boliviana agora cobra do Brasil a renegociação dos termos do contrato de suprimento com a estatal e afirma que realizou a queda no abastecimento pois busca no país argentino novas oportunidades de empreendimentos mais lucrativos para a YPFB. Isso acontece pois a última revisão dos termos havia acontecido apenas no ano de 2020 e, com isso, a empresa boliviana verifica uma falta de compromisso da estatal brasileira, que agora precisa rever seus termos para manter o negócio. 

Com articulação da companhias, Bolívia reforça que negócios com as empresas privadas nacionais são mais vantajosos para a YPFB

Apesar de não ter citado o acordo de intenções assinado pelas empresas Compass e TotalEnergies com a boliviana, o ministro do país afirmou que as companhias privadas, ao contrário da Petrobras, estão dispostas a pagar entre US$ 15 e US$ 18 o milhão de BTU, mais que o dobro do que a estatal paga pelo insumo.

Dessa forma, a YPFB verifica um cenário muito mais vantajoso para a assinatura de contratos com o mercado privado brasileiro e deverá investir nesse segmento durante o ano de 2022. 

Grupo francês TotalEnergies anuncia lucro recorde em 2021

Em meio à crise gerada pela alta dos combustíveis na França, o grupo francês de energias TotalEnergies anunciou nesta quinta-feira (10) um lucro de US$ 16 bilhões em 2021. A cifra representa o benefício mais alto do grupo em 15 anos, após uma perda histórica de US$ 7,2 bilhões, em 2020, devido à crise sanitária.

Os resultados anunciados são ligeiramente superiores aos € 13,2 bilhões de euros, de 2007, ano até então recorde, mesmo que a evolução das taxas de câmbio dificulte as comparações.

“Entramos 2021 com cautela, não sabíamos para onde estávamos indo no início do ano e vimos um ambiente completamente invertido”, comentou o CEO da Total, Patrick Pouyanné, aos jornalistas nesta quinta-feira. “Aproveitamos ao máximo esse ambiente favorável, principalmente no segundo semestre do ano”, completou.

A empresa se beneficiou do aumento das cotações dos combustíveis no ano passado, em um cenário de retomada econômica mundial e produção ainda limitada em alguns países. O Brent do Mar do Norte valia, assim, US$ 70,9 o barril, em 2021, contra apenas US$ 41,8, no ano anterior. O grupo também se beneficiou, em particular, das suas atividades de gás natural liquefeito (GNL).

O lucro gigantesco em plena crise energética e aumento do custo de vida gerou críticas antes mesmo de ser anunciado. O candidato ecologista às eleições presidenciais da França, Yannick Jadot, denunciou, na quarta-feira (9) “o lucro dos acionistas da Total às custas dos franceses, enquanto a conta de gás e de gasolina não para de aumentar”.

TotalEnergies

TotalEnergies SE é um grupo empresarial do setor petroquímico e energético com sede mundial em La Défense, Paris (França). A empresa está presente em mais de 130 países, empregando 100 000 pessoas. As atividades financeiras da Total S.A. representam a maior capitalização da Bolsa de Paris e por seu volume de negócios, é a maior empresa da Zona Euro.

História

Fundada em 1924 com o nome de Compagnie Française des Pétroles (CFP) com participação mista privada e do Estado francês, em 1985 foi adotado o nome de Total-CFP e somente Total S.A. em 1991.

Após a fusão com a companhia belga Petrofina em 1999 e com a Elf Aquitaine em 2000, a empresa adotou o nome de Total Fina S.A. e mais tarde, em 22 de março de 2000 o de Total Fina Elf, S.A. até que em 6 de maio de 2003 decidiu reverter o nome para Total S.A.

Atividades

A Total S.A. é o sexto maior grupo privado explorador de petróleo e de gás natural mundial e a primeira empresa do setor na França, seu país de origem.

Seus negócios abrangem toda a cadeia da indústria petrolífera: exploração, produção, prospecção, refinamento, distribuição, trading e transporte marítimo. Na área de marketing seus 15 500 postos de combustível ao redor do mundo a posicionam como líder do mercado europeu e co-líder na África. Em 2014 sua produção de petróleo ultrapassou os 1,8 milhão de barris

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