General que assumiu logística da Saúde disse que ‘mata e morre pela Pátria’

O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes substituiu Roberto Dias na Diretoria de Logística do Ministério da Saúde.

Ridauto Lúcio Fernandes atuava como assessor da Diretoria de Logística desde janeiro, quando foi nomeado pelo então ministro Eduardo Pazuello. O militar entrou no Exército em 1981, concluiu o Curso de Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras e tornou-se bacharel em Ciências Militares em 1987.

O general fez questão de demonstrar sua indignação com o artigo publicado em novembro de 2020, ’O perigoso esporte de humilhar generais’, escrito pelo jornalista Fernando Gabeira.

Ao comentar o artigo em grupo de mensagens, Ridauto declarou:

“Por alguns valores, um militar passa (facilmente) por cima de muita coisa. Desculpem os que se sentirem ofendidos, mas por minha Pátria eu morro. E também mato e faço coisas que não vou listar aqui, para não provocar chiliques.”

Leia, na íntegra, a mensagem do general Ridauto Fernandes:

“Militares de carreira são escravos de seus valores. Isso é o que a sociedade não entende. E, como seres humanos, são diferentes uns dos outros. Inclusive quanto à escala de valores, que varia de um para o outro. De um modo geral, varia pouco.

O que quero dizer com isso, em relação ao tema abordado pelo ex-MR-8 Gabeira, é que, por alguns valores, um militar passa (facilmente) por cima de muita coisa. Desculpem os que se sentirem ofendidos, mas por minha Pátria eu morro. E também mato e faço coisas que não vou listar aqui, para não provocar chiliques.

Se eu achar que minha Pátria estiver precisando, aceito de cabeça erguida humilhações e cusparadas. E, se achar que minha Pátria estiver precisando, providenciarei para que aquele que a esteja agredindo seja neutralizado. Adoro essa palavra, neutralizado. Que ideia essa, Gabeira. Pensar que a imagem do Exército e das Forças Armadas será arranhada, triscada sequer, porque o Presidente da República mandou um de seus ministros, que também é militar, fazer algo com que não concorda e o ministro, DISCIPLINADO, aceitou.

Que ideia, Gabeira. Essa convivência próxima que vc mesmo diz que teve com certas lideranças militares não lhe ensinou nada? Mas não sou ingênuo de achar que vc apenas se enganou.

Ah, não. Cada palavra sua é medida e pensada. E visa colocar integrantes das Forças Armadas, os menos experientes e menos preparados, contra seus Chefes. Tem coisa bem mais perigosa que humilhar generais, posso te assegurar. Quando vc diz que derrotará Bolsonaro e quantos militares estiverem a seu lado, estou imaginando que será pelo voto e pela via legal.

É isso? Porque, se a ideia for outra forma QUALQUER, confesso que teria um grande prazer em estar ao lado do Presidente. Nem sempre cumprir o dever é algo sacrificante. Acha que o Exército mudou em 50 anos? Adoraria mostrar que não mudou.”

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