O general Santos Cruz chamou de “arroubo bolsonarista” a participação e o discurso do ministro da Defesa, general Braga Netto , na manifestação de sábado na Esplanada dos Ministérios.
“Eu penso que o Ministério da Defesa tem uma posição muito especial no contexto dos ministérios e que não é conveniente a manifestação em eventos de caráter político. Claro que ministro é um cargo de natureza política, mas o ministério não pode ser politizado. E muito menos passar a ideia de politização dos seus componentes, as Forças Armadas, que são instituições de Estado e não de governo. Forças Armadas não são instrumentos de intimidação ou de pressão política. As Forças Armadas não são ferramentas a utilizar em disputas partidárias e em projetos de poder pessoal, de grupos e de partidos políticos.”, disse Santos Cruz
Santos Cruz ainda completou:
“Manifestações populares de apoio ou de oposição política são normais, válidas e importantes. No entanto, qualquer atitude, seja de quem for, que passe a percepção de envolvimento das Forças Armadas, da instituição, com as manifestações (seja de apoio ou de reprovação), é nociva ao andamento institucional”
O general Paulo Chagas declarou:
“O ministro da Defesa não é comandante das Forças Armadas, mas Braga Netto, aparentemente, pensa que é. Bolsonaro é o comandante supremo, mas até ele tem limites e limitações de mando. Aquela simplificação de que ‘um manda e o outro obedece’ só serve para a relação entre o Pazuello e o Bolsonaro.
“Para as Forças o que vale é a legitimidade e a legalidade. Intervenção militar não é nem uma coisa nem outra”, completou Paulo Chagas
O general Braga Neto, ministro da Defesa, participou da manifestação de apoio a Bolsonaro promovida nesse sábado (15/5), em Brasília.
“As Forças Armadas estão prontas para garantir que todos tenham direito de trabalhar”.
“O agro é a força desse país. As Forças Armadas estão para proteger os senhores”, disse o ministro.