Técnicos de informática das Forças Armadas foram, nesta quarta-feira (3), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, para inspecionar os códigos-fontes das urnas eletrônicas e dos sistemas eletrônicos de votação. A informação é da assessoria da Corte.
Os militares chegaram à sede do tribunal por volta das 11h. Pela parte da manhã, eles se reuniram com técnicos da Justiça Eleitoral. A expectativa é que os códigos-fontes comecem a ser examinados pela parte da tarde, numa sala instalada pelo TSE em sua sede especificamente para este fim.
O código-fonte é um conjunto de linhas de programação de um software, com as instruções para que o sistema funcione. A abertura do código permite a inspeção pela sociedade civil.
Os técnicos das Forças Armadas passam cerca de 7 horas no TSE
TSE é alertado sobre possíveis ataques de hackers nas eleições
Em novembro de 2020, o Superior Tribunal de Justiça foi alvo de um ataque cibernético que impediu servidores e ministros de acessar seus arquivos e emails. Na ocasião, o andamento de milhares de processos foi paralisado por cerca de uma semana.
Recentemente, uma equipe de nove técnicos em informática alertou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que algo semelhante poderá atingir a Corte às vésperas das eleições de outubro, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. E o tribunal começou a redobrar as medidas de segurança para se prevenir.
Os técnicos dizem que há riscos de vazamento em massa do cadastro eleitoral, de manipulação do sistema de óbitos e de direitos políticos para incluir candidatos inaptos, e de acesso a dados restritos para a venda ilegal no mercado paralelo.
Diante do cenário global de “recrudescimento das ameaças”, a Corte vem implementando medidas para proteger o sistema eleitoral em Brasília e também nos tribunais regionais.
Uma das metas do TSE é preservar a credibilidade do sistema. Na disputa eleitoral de 2020, por exemplo, os ataques cibernéticos detectados não afetaram os sistemas de apuração de votos, de acordo com o TSE. A ação, segundo apuração da equipe técnica do tribunal, usou dispositivos do Brasil, dos Estados Unidos e da Nova Zelândia.