O mandado de busca da operação do FBI na casa de Donald Trump na Flórida, na segunda (8), indica que o ex-presidente está sob investigação criminal por possíveis violações de uma lei que trata das informações de Inteligência — conhecida como Lei de Espionagem —, de outra que trata de obstrução de Justiça e de uma terceira que se refere à ocultação, remoção e danificação de documentos federais.
Na tarde desta sexta-feira, a equipe jurídica de Trump concordou com a divulgação do mandado que autorizou a varredura em sua casa de Mar-a-Lago, e o tribunal federal do Distrito Sul da Flórida, que supervisiona o caso, o divulgou cerca de uma hora depois.
O secretário de Justiça do governo de Joe Biden, Merrick Garland, dissera na quinta que o Departamento de Justiça iria pedir a suspensão do sigilo sobre a ordem judicial e a lista documentos apreendidos na casa. Garland procurava, assim, responder à acusação do ex-presidente e da oposição republicana de que a operação havia tido motivações políticas.
O mandado mostra que o FBI buscava evidências de um manuseio incorreto de documentos secretos por Trump, o que equivale a uma violação das três leis citadas acima.
A lista mostra que agentes federais levaram 20 caixas de Mar-a-Lago, pastas com fotos e um bilhete manuscrito. Também havia informações sobre “o presidente da França”.
Em janeiro deste ano, Trump entregou ao Arquivo Nacional 15 caixas de material que ele havia levado consigo quando deixou o cargo. O Arquivo posteriormente identificou material classificado nas caixas e encaminhou o assunto ao Departamento de Justiça, que mais tarde concordou em abrir uma investigação.
O republicano, que na segunda falou sobre a busca, se manifestou a favor da suspensão do sigilo do mandado antes da sua divulgação. “Libere os documentos agora!”, disse em um comunicado, tentando dar a entender que a iniciativa fora sua.
Trump afirmou nesta sexta-feira que antes de deixar a Casa Branca, ele tirou o sigilo de todos os documentos que o FBI encontrou em sua casa. “Foi tudo desclassificado”, afirmou Trump em um comunicado.
O ex-presidente disse nesta sexta-feira que “a questão das armas nucleares é uma farsa, assim como [o tema] Rússia, Rússia, Rússia foi uma farsa, os dois impeachments foram uma farsa, a investigação de [o promotor especial Robert] Mueller [sobre a interferência russa nas eleições de 2016] foi uma farsa e muito mais. As mesmas pessoas desprezíveis envolvidas”.