Fachin se reúne com advogado de Bolsonaro e discute eleições. MD quer mudar teste feito nas urnas no dia da eleição; TSE resiste

O presidente do TSE, ministro Edson Fachin, recebeu na tarde desta sexta (22) o advogado eleitoral do PL, responsável pela campanha à reeleição do presidente Bolsonaro, Tarcísio Vieira. O encontro ocorreu quatro dias após Bolsonaro reunir com embaixadores de diversos partidos.

Embora o evento em si não tenha sido tema da conversa, Tarcísio contou que Fachin entregou material detalhado sobre as ações da Justiça Eleitoral a respeito das sugestões das Forças Armadas para as eleições gerais deste ano. 

Um dos pedidos dos militares diz respeito ao aperfeiçoamento dos testes de integridade das urnas eletrônicas. Fachin admitiu que as sugestões são bem recebidas. Por outro lado, afirmou que muitas delas dependem de processos licitatórios, o que inviabiliza a aplicação no pleito de 2022.

O ministro teria entregado a Vieira um documento que detalha as medidas implementadas. Ele ainda afirmou que, nesta reta final de sua gestão, vai se concentrar no debate sobre a segurança no dia das eleições. O ministro falou sobre o grupo de trabalho criado para atuar na área.

Em ofício recente, os militares solicitaram ao TSE todos os arquivos das eleições de 2014 e 2018, justamente os anos que fazem parte da suspeita do presidente.

O encontro ocorreu no gabinete de Fachin no TSE e durou mais de uma hora.

Ministério da Defesa quer mudar teste feito nas urnas no dia da eleição; TSE resiste

O Ministério da Defesa vai manter a solicitação para que seja realizada uma reunião entre militares e técnicos da área de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informou reportagem publicada pelo jornal Gazeta do Povo neste sábado, 23. A Defesa pretende convencer o TSE a mudar, ainda neste ano, o teste de integridade nas máquinas feito no dia da eleição, em outubro.

No mês passado, o pedido de um encontro exclusivo entre militares e o TSE não foi atendida pelo presidente da Corte, ministro Luiz Edson Fachin. O juiz do TSE disse que as Forças Armadas poderiam falar com “entidades fiscalizadoras”, para as quais os técnicos do TSE apenas apresentaram o cronograma oficial dos próximos passos dos procedimentos nas urnas.

o procedimento que o ministério da defesa propôs, consiste em retirar uma pequena parte das urnas das seções, no dia da eleição, e levá-las para o Tribunal Regional Eleitoral de cada Estado. Lá, em um ambiente monitorado por um juiz, servidores, técnicos e representantes de partidos, é realizada uma votação simulada, em que os mesmos votos digitados na urna são registrados em cédulas. Ao fim, o resultado eletrônico é comparado ao das cédulas em papel — desde 2002, quando o teste começou a ser realizado, discrepâncias não foram identificadas.

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