Somando votos nulos (0,84%) e em branco (0,29%), 8.347 milhões de chilenos votaram, número superior aos cerca de 7 milhões no primeiro turno. Ao todo, 15 milhões de pessoas poderiam participar do pleito. O voto no Chile não é obrigatório.
O candidato de extrema-esquerda Gabriel Boric foi eleito presidente do Chile neste domingo (19).
Aos 35 anos, Boric é deputado e ex-líder estudantil e está filiado ao partido Convergência Social.
O adversário nas urnas foi o advogado conservador José Antonio Kast, de direita e filiado ao Partido Republicano. Kast já reconheceu a derrota e ligou para Boric para parabenizá-lo pela vitória.
Boric venceu a eleição com 55,85% dos votos, ante 44,15% de Kast.
Dados preliminares do Servel (Serviço Eleitoral do Chile) registraram quase 8,3 milhões de votantes. Ao todo, 15 milhões de eleitores foram convocados às urnas.
Até 2012, a participação seguia média de 70%. Depois que o voto deixou de ser obrigatório, a média caiu para 40%. O país de 19 milhões de habitantes.
Aos 35 anos, Boric será o líder mais jovem do país.
Ele assumirá o cargo no estágio final de uma iniciativa de um ano para redigir uma nova Constituição, um esforço que provavelmente trará profundas mudanças jurídicas e políticas em questões como igualdade de gênero, direitos indígenas e proteção ambiental.
Desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet de 1973-90, o Chile tem sido governado por blocos mais próximos do centro político do que as coalizões de Kast e Boric.
Boric assumirá o cargo por um mandato de quatro anos a partir de março do ano que vem. Ele estará no poder por um referendo planejado sobre uma nova constituição que os representantes eleitos dos cidadãos estão em processo de elaboração.
A convenção constitucional foi uma concessão aos protestos em massa contra a desigualdade estrutural em 2019.