O Exército decidiu adiar a formalização do acordo inicial para a compra de 36 obuseiros autopropulsados sobre rodas, do tipo calibre 155 mm (VBCOAP-SR).
O contrato, que poderia alcançar até 1 bilhão de reais, tem como vencedora a empresa israelense Elbit Systems, juntamente com suas filiais brasileiras Ares Aeroespacial e Defesa e AEL Sistema, que propuseram o sistema Atmos 2000 para equipar as unidades de artilharia do Exército Brasileiro. A divulgação desse acordo ocorreu na semana anterior.
De acordo com o Exército, a medida atendeu à necessidade de submeter o processo novamente à assessoria jurídica do Ministério da Defesa em razão de alterações feitas na fase final do processo de seleção da licitação. O objetivo é mostrar as razões técnicas que fundamentaram a escolha da gigante israelense da Defesa. O protocolo permitiria a entrega do lote inicial de dois obuseiros, que seriam usados em testes durante dois anos. Só depois da aprovação final do equipamento, o contrato final seria assinado para a entrega das outras 34 unidades.
O adiamento da assinatura do contrato para a compra de 36 obuseiros autopropulsados de calibre 155 mm (VBCOAP) deve prolongar-se por no mínimo 60 dias. Iniciado em 2017, o processo de aquisição desses equipamentos pelo Exército está previsto para ser concluído em 2034, condicionado à aprovação do equipamento e à manutenção da decisão de compra. O objetivo é modernizar a artilharia divisionária, atualmente equipada com obuseiros desenhados há cerca de 70 anos. No entanto, a compra suscitou críticas de líderes petistas devido ao envolvimento de Israel no conflito com o Hamas na Faixa de Gaza.
A aquisição dos equipamentos israelenses, que superou as propostas da República Tcheca, França e China, provocou reações de figuras como o ex-deputado José Dirceu, o cantor Chico Buarque, o ex-secretário nacional de Direitos Humanos Paulo Sérgio Pinheiro, e organizações como a Anistia Internacional. Eles endereçaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestando suas preocupações.