A Polícia Federal atuoy nesta terça-feira, 22, com a operação “Acesso Pago”, que tem como alvos Milton Ribeiro, ex-responsável pelo Ministério da Educação (MEC), além de pastores suspeitos de montar um gabinete paralelo dentro da pasta.
O ex-ministro foi preso preventivamente em Santos (SP).
Ribeiro é investigado sobre suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura em esquema de liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para prefeituras. A PF se debruça sobre indícios de cobrança de propina para liberação de recursos.
A Justiça federal expediu mandato de prisão preventiva contra Ribeiro, pelos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. A decisão é assinada pelo juiz Renato Borelli, da 15ª Vara do Distrito Federal.
O mandado determina que o ex-ministro seja levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, e que a audiência de custódia seja realizada na tarde de quinta-feira, 23.
Também estão sendo cumpridos outros 13 mandados de busca e apreensão e mais cinco mandados de prisão, em Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal — todos dentro da mesma operação.
Situação envolvendo Milton Ribeiro
O inquérito contra o ex-ministro e outros envolvidos foi aberto depois do vazamento de áudios, em março, em que Ribeiro afirmava que repassava verbas a municípios indicados por Gilmar Santos, supostamente a pedido de Bolsonaro.
Na época, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou que o prefeito Gilberto Braga (PSDB), da cidade de Luís Domingues (MA), disse que o pastor Arilton Moura pediu R$ 15 mil adiantados apenas para protocolar demandas. Em seguida, definiu o preço da propina. “Traz 1 quilo de ouro para mim”, teria dito o religioso ao governante municipal.
No fim de março, Milton Ribeiro foi substituído no MEC por Victor Godoy Veiga e passou a ser investigado pela Comissão de Educação do Senado, junto com o presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Ponte.