EUA se preparam para um ataque significativo do Irã na próxima semana

Os Estados Unidos estão em estado de alerta máximo e se preparam ativamente para um possível ataque significativo do Irã na próxima semana, que pode visar ativos israelenses ou americanos na região. Isso é em resposta ao ataque de Israel em Damasco, na Síria, na segunda-feira, que resultou na morte de importantes comandantes iranianos, conforme informou um alto funcionário da administração à CNN.

Funcionários de alto escalão do governo americano acreditam atualmente que um ataque do Irã é inevitável, uma visão compartilhada por seus colegas israelenses. Ambos os governos estão se esforçando para se posicionar diante do que está por vir, antecipando que o ataque iraniano possa ocorrer de várias maneiras diferentes, colocando em risco tanto os ativos quanto o pessoal dos EUA e de Israel.

Um possível ataque iraniano foi um dos principais tópicos de discussão na conversa telefônica entre o presidente Joe Biden e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na quinta-feira (4).

Até sexta-feira, os dois governos ainda não tinham certeza de quando ou como o Irã planejava retaliar, segundo o funcionário.

Um ataque direto do Irã contra Israel é um dos cenários mais preocupantes para o governo de Biden, pois poderia levar a uma rápida escalada de uma situação já tumultuada no Oriente Médio. Tal ataque poderia resultar na expansão da guerra entre Israel e Hamas para um conflito regional mais amplo, algo que Biden procura evitar há muito tempo.

IRÃ PROMETE VINGANÇA

O Irã prometeu retaliar após um ataque aéreo de Israel ao complexo da embaixada iraniana na Síria, que resultou na morte de pelo menos sete funcionários. Entre os mortos estavam Mohammed Reza Zahedi, um comandante de alto escalão da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC), e o comandante sênior Mohammad Hadi Haji Rahimi, conforme informado pelo Ministério das Relações Exteriores do Irã.

Além disso, pelo menos seis cidadãos sírios foram mortos, segundo a televisão estatal iraniana na terça-feira (2).

Zahedi, que já foi comandante das forças terrestres da IRGC, da força aérea e vice-comandante de operações, é a figura iraniana mais proeminente a ser morta desde o assassinato do general Qassem Soleimani, em Bagdá, em 2020, por ordem do então presidente dos EUA, Donald Trump.

Os Estados Unidos agiram rapidamente para informar ao Irã que o governo de Biden não estava envolvido e não tinha conhecimento prévio do ataque de segunda-feira à embaixada, alertando o Irã contra a retaliação a ativos americanos.

“Os Estados Unidos não tiveram nenhum envolvimento no ataque e não sabíamos disso antes”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional à CNN no início desta semana.

Os Estados Unidos consideram que suas próprias embaixadas e consulados no exterior, bem como embaixadas e consulados de países estrangeiros nos EUA, têm um status especial. De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, “um ataque a uma embaixada é considerado um ataque ao país que representa.”

Na terça-feira, a vice-secretária de Imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, disse que a avaliação dos EUA foi que Israel realizou o ataque aéreo.

“Essa é a nossa avaliação, e também é a nossa avaliação de que havia um punhado de líderes de topo da IRGC lá. Não posso confirmar essas identidades, mas essa é a nossa avaliação inicial agora”, disse Singh.

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