Os Estados Unidos rejeitaram hoje (26) a exigência da Rússia de barrar a Ucrânia da Otan e disseram acreditar que Moscou está pronta para invadir, mas ofereceram o que chamaram de um novo “caminho diplomático” para sair da crise.
No documento, os EUA afirmam que a Otan permanecerá com as portas abertas para a entrada de novos membros, como a própria Ucrânia, rejeitando assim uma das principais exigências da Rússia. Mas oferecem sugestões para áreas de interesse mútuo, como negociações sobre controle de armas e maior transparência sobre movimentos de tropas na região.
O secretário de Estado, Antony Blinken, disse que falará novamente nos próximos dias com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, com quem se encontrou na sexta-feira em Genebra, em meio a uma iniciativa diplomática separada liderada pela França.
“Isso estabelece um caminho diplomático sério, caso a Rússia o escolha”, disse Blinken a repórteres sobre a resposta dos EUA, que ele disse que permaneceria confidencial.
Ele renovou uma oferta sobre medidas “recíprocas” para lidar com preocupações de segurança mútuas, incluindo reduções de mísseis na Europa e transparência em exercícios militares e ajuda ocidental à Ucrânia.
O Kremlin confirmou o recebimento do documento, mas ainda não comentou seu conteúdo.
Antes do envio da resposta, a Rússia ameaçou retaliar se suas exigências não fossem aceitas e se os países ocidentais continuarem implementando o que chamou de “política agressiva” na região.
Em uma audiência no Parlamento russo hoje, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que, ao lado de outros funcionários do governo, aconselharia Putin sobre quais devem ser os próximos passos a serem tomados pelo Kremlin.
“Se o Ocidente continuar com seu curso agressivo, Moscou tomará as medidas de retaliação necessárias”, afirmou o chanceler russo. “Não vamos permitir que nossas propostas sejam afogadas em discussões intermináveis.”
A Rússia nega qualquer intenção de invadir a Ucrânia, mas mantém mais de 100 mil soldados mobilizados perto da fronteira com o país vizinho, o que preocupa os EUA e seus aliados. Hoje, o país iniciou uma série de exercícios militares no Mar Báltico.