Os Estados Unidos anunciaram a imposição de novas sanções contra 16 autoridades da Venezuela por “obstrução do processo eleitoral” e violação de direitos civis nesta quinta-feira, incluindo a presidente da Suprema Corte do país, Caryslia Beatriz Rodríguez — uma medida em resposta à crise deflagrada após as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. Segundo o texto, as “sanções são direcionadas a funcionários-chave envolvidos nas fraudulentas e ilegítimas afirmações de vitória de [Nicolás] Maduro”.
O Departamento do Tesouro dos EUA detalhou em um comunicado que as sanções são direcionadas a funcionários públicos, militares, agentes do setor de inteligência, da Suprema Corte e da autoridade eleitoral venezuelana — o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), pivô da crise ao declarar a reeleição de Nicolás Maduro horas após o fim da votação, sem divulgar as atas detalhadas por seção eleitoral, conforme o critério de transparência definido para o pleito.
QUAIS FORAM AS SANÇÕES APLICADAS
O pacote de sanções americanas inclui o congelamento de ativos financeiros de cada um dos indivíduos, estejam eles direta ou indiretamente nos EUA, assim como a proibição de que qualquer empresa americana faça negócios com eles. Em paralelo, o Departamento de Estado também anunciou que toma medidas para “impor novas restrições de visto” aos funcionários do regime.QUEM SÃO OS ALVOS DAS SANÇÕES
Além da presidente da Suprema Corte, outros integrantes da linha de frente do chavismo estão sob sanções, incluindo a reitora do CNE Rosalba Gil Pacheco, o primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, Pedro José Infante Aparicio, e o número três das Forças Armadas Bolivarianas, Domingo Antonio Hernández Lárez. Quatro ministros da Suprema Corte também foram sancionados: Inocencio Antonio Figueroa Arizaleta, Malaquías Gil Rodríguez, Juan Carlos Hidalgo Pandares e Fanny Beatriz Márquez Cordero.
POSIÇÃO DA VENEZUELA
Ao tomar conhecimento da imposição das novas sanções, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano condenou a interferência americana “nos mais fortes termos”. O governo Maduro, incluindo o próprio presidente de forma direta, vem reiterando que as tentativas da oposição de demonstrar que venceram a eleição em julho é parte de um plano que atende a interesses americanos.