Em primeiro discurso, Petro fala em soltar presos na Colômbia

Gustavo Petro, novo presidente da Colombia, o esquerdista e ex-guerrilheiro se dirigiu à população para falar sobre os planos para o país nos próximos anos. Uma das intenções iniciais do candidato de esquerda é soltar presos, tirando da cadeia principalmente os jovens.

O futuro presidente colombiano se dirigiu diretamente ao procurador-geral do país, para adiantar o pedido de soltar presos, sem entrar em detalhes sobre critérios. O discurso foi saudado por seus simpatizantes com gritos de “liberdade, liberdade”.

“Quantas pessoas estão na prisão hoje neste momento, quantos jovens acorrentados, algemados, tratados como bandidos, simplesmente por terem esperança, simplesmente porque tinham amor”, declarou Gustavo Petro, em menção a presos políticos.

“Peço ao procurador-geral da nação que liberte o nosso povo. Liberte os jovens.”

No discurso de domingo, Petro ainda prometeu que vai fazer um “governo de esperança”, com a missão de pacificar a Colômbia. O presidente eleito disse que suas três prioridades no cargo vão ser, nesta ordem, a paz, a justiça social e a justiça ambiental.

Vitória do ex-guerrilheiro

Petro teve pouco mais de 50% dos votos, escolhido por cerca de 11,3 milhões de colombianos. Rodolfo Hernández, seu concorrente, contou com aproximadamente 10,5 milhões de eleitores.

Petro é ex-guerrilheiro do grupo Movimento 19 de Abril (M-19), facção conhecida por atos violentos principalmente na década de 1980. Depois de abandonar a lutar armada, o futuro presidente colombiano foi duas vezes senador e uma vez prefeito da capital, Bogotá.

O candidato vencedor foi preso em 1985 por posse ilegal de armas. Petro diz ter sido torturado pelo Exército e depois cumpriu pena de 18 meses. Na cadeia, não participou de um dos ataques mais marcantes da história do M-19.

Nos dias 6 e 7 de novembro de 1985, a facção invadiu o Palácio da Justiça e fez mais de 300 pessoas reféns. A tomada durou 28 horas e deixou mais de cem mortos, entre eles o presidente da Suprema Corte, Alfonso Reyes Echandía.

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