Discurso de Morgan Freeman marcam abertura da Copa do Mundo do Catar

O Catar queria transformar a abertura da Copa do Mundo de 2022 em espetáculo. Prometeu show olímpico e teve até horários e data de estreia modificados para atender aos ensejos de país anfitrião. No estádio Al Bayt, neste domingo (20), a cerimônia durou 30 minutos e contou com projeções, show pirotécnico, além das participações do ator Morgan Freeman e do influencer catari Ghanim Al Muftah. Os discursos, em meio às duras críticas sobre o desrespeito aos direitos humanos no Catar, foram em tom de incentivo à diversidade e inclusão.

As movimentações começaram com a apresentação do Emir do Catar, Tamim bin Hamad, ao lado do presidente da Fifa, Gianni Infantino. Em seguida, o campeão da Copa de 1998, Marcel Desailly – zagueiro da França – apareceu em campo carregando a taça do Mundial.

Após a contagem regressiva, exibiu-se um vídeo com imagens do Catar e de um tubarão baleia, “nadando” em direção ao estádio, sob a inconfundível narração de Morgan Freeman.

– Dessa terra ouvimos um chamado para o mundo, para reconectar, para retornar apenas por um momento para o que nos agrupa, para o que nos junta nessa jornada do leste para o oeste. Nós nos movemos juntos buscando um objetivo – disse na narração.

Sob as luzes apagadas no estádio, três camelos estiveram ao centro do campo, sendo os primeiros animais vivos a participarem do evento. Ao lado dos camelos, havia também mulheres cataris, viajantes e tratadores.

Morgan Freeman, antes apenas na narração em áudio, apareceu ao centro do campo. Ao lado do ator americano, entrou também o influencer catari Ghanim Al Muftah, que tem síndrome de regressão caudal – uma má formação rara que interfere no desenvolvimento das extremidades inferiores.

“Ouvia algo lindo. Não apenas música, mas também o chamado para celebrar tudo que ouvi. Uma terra que vivia em turbulência com famílias esquecidas. Eu parei para ouvir essa voz”, disse Freeman.

– Não tenho certeza. Sou bem-vindo? – pergunta Ghanim.

– Todos são bem-vindos. Esse é um convite para todo o mundo – responde Freeman.

Assim inicia-se o diálogo entre Morgan Freeman e Ghanim Al Muftah: sob a temática de inclusão e diversidade. Trata-se justamente da questão central para as críticas ao país sede, diante das leis anti-LGBTQIA+ ainda em vigor no Catar. A Lei Sharia, por exemplo, permite a imposição de pena de morte para homossexuais no país.

Categorias