O reverendo Amílton Gomes de Paula afirmou hoje (3) à CPI da Covid que só entrou na negociação de imunizantes para o Brasil após ser procurado pelo cabo da Polícia Militar, Luiz Paulo Dominguetti, que dizia ter como entregar em curto período 400 milhões de doses da AstraZeneca ao país.
Amílton preside a ONG Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), foi procurado pelo policial e vendedor por ter nome reconhecido no mercado e poderia servir como porta de entrada no Ministério da Saúde para os vendedores.
Cristiano Carvalho foi apresentado ao reverendo como representante da empresa interessada em negociar as vacinas.
“O senhor Dominguetti me falou em 16 de fevereiro que prometia entregar 400 milhões de doses em até 8 dias, por US$ 3,97 a dose”, contou. “Mas ele não comentou que tinha tido contato com o Ministério da Saúde.”
De acordo com o reverendo, ele foi usado para uma negociação com “fins espúrios” e disse que ver o nome da ONG Senah exposto na mídia prejudicou a imagem da entidade e das pessoas que trabalham nela.
Reverendo chora em CPI e se diz arrependido de negociar vacinas
“Eu creio que o maior erro que fiz foi abrir as portas da minha casa aqui em Brasília. Eu abri a porta da minha casa num momento em que eu estava enfrentando a perda de um ente querido da minha família. E eu queria imunizante para o Brasil”, justificou o reverendo, com a voz embargada e contendo o choro.