Na carta os parlamentares do partido Biden criticam governo ‘militarizado’ do Brasil e exortam mudança de rumo na relação dos EUA com a gestão de Jair Bolsonaro
63 congressistas dos Estados Unidos enviou nesta quinta (14), uma carta ao presidente Joe Biden em que pede que ele reveja a oferta para que o Brasil se torne um parceiro global da Otan (Organização Tratado Atlântico Norte) e revogue a condição de aliado extra-Otan concedida ao país ainda no governo de Donald Trump.
O status como aliado militar preferencial dado ao Brasil facilita a compra de tecnologia militar e armamentos dos EUA, garante a participação das Forças Armadas brasileiras em treinamentos promovidos pelo Pentágono, além de outros benefícios militares.
“Precisamos rever isso para assegurar que não estamos fortalecendo um Exército que pode ser usado para um golpe de Estado”, afirmou o congressista democrata, Hank Johnson, autor do ofício enviado à Casa Branca.
Segundo Johnson, “Bolsonaro já demonstrou que está organizando as condições para um golpe militar. É um cenário alarmante para o Brasil e nosso país não pode contribuir com isso”.
Na carta eles afirmam que o presidente Jair Bolsonaro fez “ameaças à jovem democracia do Brasil” e que já “declarou que não vai aceitar o resultado das próximas eleições se elas acontecerem conforme as regras atuais”, isto é, sem o voto impresso pela urna eletrônica.
Eles usaram como exemplo o episódio noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo no qual o general Walter Braga Netto, ministro da Defesa, teria supostamente enviado emissários para dizer ao presidente da Câmara Arthur Lira que as eleições não ocorreriam se o voto impresso não fosse aprovado no legislativo.
Vale ressaltar que Braga Netto negou que tenha feito essa ameaça e defendeu que a “discussão sobre voto impresso auditável é legítima”.