A Guerra do Iraque, também referida como Ocupação do Iraque , Guerra do Golfo ou ainda como Operação Liberdade do Iraque foi um conflito que começou no dia 20 de Março de 2003 com a invasão do Iraque, por uma coalizão militar multinacional liderada pelos Estados Unidos.
Esta fase do conflito foi encerrada no dia 18 de dezembro de 2011 com a retirada das tropas americanas do território iraquiano após oito anos de ocupação. O conflito aconteceu no contexto da Guerra ao Terror, lançada pelo presidente americano George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001.
A invasão começou com os Estados Unidos, o Reino Unido e nações aliadas, lançando uma pesada campanha de bombardeamento aéreo contra as principais cidades do Iraque, principalmente Bagdá.
O exército iraquiano foi rapidamente sobrepujado pela Coalizão ocidental (encabeçada pelo exército americano), que em menos de um mês conseguiu tomar conta do país.
A invasão aliada levou ao colapso do governo; o presidente iraquiano, Saddam Hussein, foi capturado na Operação Red Dawn em dezembro de 2003 e três anos mais tarde foi julgado e depois executado na forca.
Contudo, o vácuo de poder após a queda do ditador e a ineficiência da ocupação estrangeira levou a uma onda de violência sectária e religiosa, principalmente amparada na rivalidade entre xiitas e sunitas, que mergulhou o país numa sangrenta guerra civil. Militantes islamitas estrangeiros começaram a chegar em peso no Iraque para lutar contra as tropas de ocupação ocidental e contra o novo governo secular iraquiano.
Grupos como a Al-Qaeda se fortaleceram na região e utilizaram o território iraquiano para expandir suas atividades. Frente ao aumento da intensidade do conflito em uma sangrenta luta de guerrilha, vários países começaram a abandonar a Coalizão e retiraram suas tropas do Iraque. Os Estados Unidos foi pelo caminho oposto, aumentando consideravelmente sua presença militar no país em 2007 e, logo em seguida, a insurgência iraquiana começou a perder força.
A partir de 2009, os americanos começaram o processo de desmobilizar suas tropas do Iraque, até que a retirada foi completada em dezembro de 2011.
As estimativas do total de pessoas mortas na guerra (de 2003 a 2011) divergem de fonte para fonte, com os números variando de 100 000 a até mais de 600 000 fatalidades.
As diferenças e semelhanças entre as guerras do Iraque e da Ucrânia
Uma potência nuclear invade um país menor, sem que a ação militar tenha o apoio do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com intenção de destituir o governo local com base em alegações sobre este governo que são consideradas falsas por especialistas.
Essa poderia ser uma descrição da guerra na Ucrânia. Iniciada em 24 de fevereiro pela Rússia, condenada em diversas instâncias na ONU e justificada, entre outras alegações, pela necessidade (também considerada falsa) de “desnazificar” o governo do país vizinho, segundo o líder russo, Vladimir Putin.
Mas trata-se também de um outro conflito, iniciado há quase duas décadas. Em 20 de março de 2003, tropas dos Estados Unidos e de aliados invadiram o Iraque, sem apoio da ONU ou da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), para derrubar o regime de Saddam Hussein, a quem os americanos acusavam de desenvolver armas de destruição em massa – justificativa que se mostraria falsa depois.
Recorrente desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a comparação entre as duas invasões ilumina pontos importantes da geopolítica internacional nas últimas décadas e ajuda a explicar, em parte, como tanques russos foram parar nas cercanias da capital ucraniana Kiev em março de 2022.
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