Cid disse à PF que Braga Netto tentou descobrir informações de sua delação

A prisão do ex-ministro Walter Braga Netto, decretada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e cumprida neste sábado pela Polícia Federal, foi fundamentada com base no último depoimento prestado pelo tenente-coronel Mauro Cid em sua delação premiada e em provas colhidas pela PF na sala de um assessor de Braga Netto.

O tenente-coronel disse aos investigados que Braga Netto tentou descobrir detalhes do conteúdo de sua delação premiada, quando foi assinada com a Polícia Federal em setembro do ano passado. Isso poderia caracterizar, na análise dos investigadores, o crime de obstrução de Justiça.

Essa revelação já tinha uma prova concreta. A PF havia apreendido, na sala do coronel Flávio Peregrino, que é assessor de Braga Netto, um documento com informações do conteúdo da delação de Cid. Ao concluir o inquérito do plano do golpe, a PF apontou essas suspeitas de vazamento para Braga Netto.

Cid também narrou detalhes sobre a participação de Braga Netto no financiamento dos ‘kids pretos’, os militares das Forças Especiais que estavam monitorando os passos do ministro do STF Alexandre de Moraes, citando que o candidato a vice de Jair Bolsonaro deu dinheiro em caixas de vinhos para eles.

Mauro Cid confirmou em depoimento a Moraes reunião na casa de Braga Netto para tramar suposto golpe

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid confirmou, em depoimento prestado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a realização de uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto para tramar um suposto golpe de Estado. Segundo relatório da PF, o apartamento do general do Exército foi usado para uma reunião no dia 12 de novembro de 2022. Braga Netto foi preso pela PF na manhã deste sábado.

O encontro, segundo a investigação, é o ponto de partida do plano que previa o assassinato do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice eleito, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre do Moraes, do STF, que à época também presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foi no endereço do militar, na Asa Sul de Brasília, onde “o planejamento operacional para a atuação dos ‘kids pretos’ foi apresentado e aprovado”. Braga Netto consta como um dos indiciados no inquérito do suposto golpe.

Cid afirmou em depoimento que Braga Netto entregou dinheiro em caixas de vinho para ‘kids pretos’ financiarem suposto golpe

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou em depoimentos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à Polícia Federal, que o ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, Walter Braga Netto, entregou dinheiro vivo a militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, em embalagens de vinho. Braga Netto foi preso pela PF na manhã deste sábado e nega qualquer participação no suposto plano.

A verba serviria, segundo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro teria dito em depoimento, para financiar os supostos planos de golpe de Estado após a derrota do ex-presidente para Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi revelada pelo portal ICL e confirmada pelo GLOBO.


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