China suspende cooperação militar, ambiental e estratégica com EUA

O Exército de Libertação Popular (ELP) prossegue com exercícios militares sem precedentes em seis pontos ao redor de Taiwan.

O Ministério das Relações Exteriores da China suspendeu a cooperação com os Estados Unidos em matéria de aquecimento global, repatriação de imigrantes ilegais, assistência jurídica em assuntos criminais, e combate a crimes transnacionais e a antinarcóticos. A decisão do governo de Xi Jinping surpreendeu os EUA, que convocaram o embaixador chinês, Qin Gang, para prestar explicações.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, declarou ao jornal The Washington Post que autoridades da Casa Branca afirmaram a Qin que as recentes ações militares chinesas — que incluíram o disparo de mísseis sobre a principal ilha de Taiwan — foram “irresponsáveis e em desacordo com a meta de longa data dos EUA de manter a paz e a estabilidade” na região. Kirby pediu à China que interrompa as manobras bélicas e diminua os ânimos. “Os chineses podem fazer muito para reduzir as tensões cessando seus exercícios militares provocativos e baixando o tom”, disse.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, anunciou que seu país “suspenderá as negociações sino-americanas sobre a mudança climática” e cancelará um encontro entre dirigentes militares, assim como duas reuniões sobre segurança. 

Tensão com a China pode parar fábrica de chips em Taiwan e provocar crise mundial

Considerada a maior fabricante de semicondutores do mundo, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) está sob a mira chinesa. No meio do fogo cruzado entre a China e os EUA, que ganhou força com a visita da presidente da Câmara dos Deputados norte-americana Nancy Pelosi à nação insular, na terça-feira (2), a empresa ameaça parar produção.

Segundo o site da emissora Deutsche Welle (DW), Pelosi se reuniu com Mark Liu, presidente da empresa, que conta com mais de 10 mil produtos no catálogo e domina o mercado global como nenhuma outra, razão pela qual é alvo de interesse da China. 

Os semicondutores são a principal matéria-prima para diversos produtos, desde chips de ponta para a indústria aeroespacial a circuitos usados em carros e geladeiras. Na cidade de Hsichnu, a metrópole de semicondutores de Taiwan, na costa noroeste da ilha, existem outras 19 fábricas além da TSMC, que possibilitam as tendências digitais para a economia global.

Para se ter uma ideia do mercado consumidor da TSMC, ela é fornecedora da Apple, da Qualcomm, da Intel, da Nvidia, entre outras, além de grandes fabricantes de automóveis na Europa, Ásia e América do Norte.

Em entrevista à CNN, Liu advertiu que uma invasão chinesa ao parque tecnológico de Hsichnu provocaria a interrupção da produção da TSMC. “Ninguém pode controlar a TSMC pela força. No caso do uso da força militar ou de uma invasão, a fábrica não estará mais operacional”, afirmou o líder, sem detalhar os motivos. “São instalações de produção muito sofisticadas, que dependem de conexões em tempo real com o mundo exterior, com a Europa, o Japão, com os EUA”.

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