A China iniciou exercícios militares ao redor de Taiwan, que durarão dois dias, referindo-se a eles como uma “punição” por “atos separatistas”. A ação ocorre menos de uma semana após a posse do novo líder democraticamente eleito da ilha autônoma.
O Partido Comunista da China, no poder, afirma que Taiwan faz parte de seu território, apesar de nunca ter controlado a ilha, e prometeu tomá-la pela força, se necessário.
Os exercícios começaram na manhã desta quinta-feira (23) e cercarão Taiwan, representando o primeiro grande desafio para o recém-eleito Lai Ching-te, enquanto ele tenta gerir as relações com o poderoso vizinho autoritário.
O Exército de Libertação Popular da China (ELP) anunciou que lançou exercícios militares conjuntos envolvendo o exército, a marinha, a força aérea e a força de foguetes em áreas ao redor de Taiwan às 7h45 do horário local.
Os exercícios estão sendo realizados no Estreito de Taiwan – uma curta extensão de água que separa a ilha da China continental – tanto ao norte, quanto ao sul e leste de Taiwan. Eles ocorrem em áreas próximas às ilhas remotas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin, localizadas ao largo da costa sudeste da China, segundo comunicado do Comando do Teatro de Operações Oriental do ELP.
O Coronel Naval do ELP, Li Xi, porta-voz do comando, classificou os exercícios como “uma forte punição para os atos separatistas das forças de independência de Taiwan e um sério alerta contra interferência e provocação de forças externas”.
Lai Ching-te, de Taiwan, é considerado por Pequim um “separatista perigoso” por defender a soberania e a identidade distinta da ilha. Ele sucedeu a presidente de dois mandatos, Tsai Ing-wen, iniciando um terceiro mandato consecutivo sem precedentes para o Partido Democrático Progressista.
Pequim criticou o discurso de posse de Lai, no qual ele apelou à China para cessar a intimidação de Taiwan.
O Ministério da Defesa de Taiwan condenou os exercícios da China como “provocações e ações irracionais que minam a paz e a estabilidade regionais”.
Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira (23), o ministério informou que enviou forças marítimas, aéreas e terrestres em resposta aos exercícios.
“Aguardamos com firmeza e moderação. Não buscamos conflitos, mas não nos esquivaremos de nenhum. Temos a confiança necessária para salvaguardar nossa segurança nacional”, afirmou.
A porta-voz presidencial de Taiwan, Karen Kuo, disse em um comunicado: “É lamentável ver a China ameaçar a democracia e a liberdade de Taiwan, a paz e a estabilidade regionais com provocações militares unilaterais”.
“Diante dos desafios e ameaças externas, continuaremos a defender a democracia e teremos a confiança e a capacidade para proteger a segurança nacional”, acrescentou Kuo.
Presidente de Taiwan promete defender “valores democráticos”
O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, afirmou na quinta-feira (23) que continuará a defender os valores da liberdade e da democracia diante de “desafios e ameaças externas”.
Lai fez esses comentários a oficiais militares durante uma visita a um acampamento militar na cidade de Taoyuan, no norte de Taiwan, no mesmo dia em que a China iniciou exercícios ao redor da ilha.
Nos próximos dois dias, a China realizará exercícios de “punição” a Taiwan, que, segundo Pequim, são uma resposta a “atos separatistas”. Durante esses exercícios, aviões de guerra fortemente armados serão enviados e ataques simulados serão realizados, enquanto a mídia estatal chinesa denuncia o recém-empossado presidente Lai Ching-te.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/china-faz-exercicios-militares-ao-redor-de-taiwan-apos-ilha-empossar-presidente/