China pede a população que estoquem alimentos por risco de desabastecimento

Autoridades da China pediram à população que estoquem alimentos e itens essenciais do dia a dia, em razão de uma possível ameaça no fornecimento devido ao clima desfavorável, a falta de energia e as restrições contra a Covid-19.

O Ministério do Comércio do país emitiu um aviso com instruções aos governos locais para encorajar as pessoas a estocarem “necessidades básicas”, incluindo verduras e vegetais, óleos e aves.

A reação foi tão forte que alguns membros da mídia estatal chinesa tentaram conter as preocupações. Hu Xijin, editor do Global Times, um tablóide estatal, rejeitou as sugestões de que o anúncio pudesse estar relacionado às tensões crescentes entre a China e Taiwan.

Já o também estatal Economic Daily disse que as autoridades estavam tentando lembrar as famílias de se prepararem no caso de “bloqueios temporários” causados ​​pela Covid-19.

A emissora CCTV afirmou que parte do anúncio foi exagerado. O veículo publicou uma entrevista com Zhu Xiaoliang, um funcionário do Ministério do Comércio, que acalmou a população e disse que “os suprimentos diários para as pessoas são suficientes e podem ser totalmente garantidos”.

Restrições

A China implementou restrições para erradicar os surtos de casos durante a pandemia, como a ordem de quarentena a alguns passageiros e a mudança do semáforo para vermelho para desencorajar o tráfego em uma região em que um caso da doença tenha sido registrado.

No fim de semana, um caso confirmado de coronavírus colocou  a Disneylândia de Xangai em lockdown.

As estratégias nacionais para conter os casos de coronavírus podem estar contribuindo para o aumento do custo dos alimentos, de acordo com Wang Hongcun, funcionário do Departamento de Comércio Municipal de Pequim.

Wang acrescentou que os preços de alguns vegetais na capital do país subiram 50% ou mais em outubro.

Efeitos climáticos

Existem outros fatores que contribuem para o aumento dos preços. A escassez generalizada de carvão tornou a agricultura mais cara, aumentando o custo do aquecimento e da energia. Além disso, o clima prejudicou as safras nas principais províncias agrícolas.

O Ministério do Comércio solicitou às autoridades locais que se preparassem para o inverno assinando contratos de longo prazo com fornecedores de produtos agrícolas, bem como comprando vegetais que podem ser armazenados.

Em abril, a China aprovou uma lei que permite que os restaurantes cobrem uma taxa adicional dos clientes que deixarem sobras “excessivas” em seus pratos. As multas podem chegar até 100.000 yuans (aproximadamente R$ 13.000).

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