Extrema esquerda e direita se enfrentam neste domingo
Os eleitores do Chile definem neste domingo, 18, o novo presidente da República. Estão no segundo turno os candidatos José Kast, advogado e representante da direita; e Gabriel Boric, líder estudantil de extrema esquerda.
Ambos os candidatos estão em empate técnico, cada um com cerca de metade dos votos válidos. É o que mostrou pesquisa da consultoria AtlasIntel, divulgada na sexta-feira 17, sobre intenções de voto para a corrida eleitoral.
Kast tem a simpatia de eleitores com mais de 50 anos. Já Boric é apoiado por jovens com menos de 30. Historicamente, os índices de comparecimento às urnas não passam de 50% dos eleitores aptos a votar.
É a primeira vez em 16 anos que nem Sebastián Piñera, nem Michelle Bachelet são candidatos a presidente do Chile. Piñera é o atual presidente, mas enfrenta forte rejeição popular e acabou de escapar de um processo de impeachment. Bachelet é hoje alta comissária da ONU para os Direitos Humanos.
Quem são os dois principais candidatos
Kast, do Partido Republicano, assumiu a liderança da disputa apostando num forte discurso nacionalista e anti-imigração.
Já Boric tem defendido um modelo de Estado semelhante ao de “bem-estar social” de alguns países europeus e a a criação de uma aposentadoria mínima de 250 mil pesos (cerca de R$ 1,7 mil).
Constituinte em andamento
Após os protestos de outubro de 2019, que se opunham ao aumento do custo do transporte público, mas tinham como pano de fundo a desigualdade crescente e a impunidade da elite empresarial e política envolvida em múltiplos casos de corrupção, o Chile decidiu elaborar uma nova Constituição para substituir a atual, herdada da ditadura de Pinochet.
A Assembleia Constituinte tem um ano para redigir uma nova Constituição, que será então submetida à votação popular em outro referendo.