O dólar tem ganhado força nas últimas sessões e se aproxima dos R$ 5,30 – e, para os economistas do Itaú, a divisa deve seguir forte, com probabilidade inclusive de subir ainda mais nos próximos meses, também em meio a tensões geopolíticas.
Esse cenário mais desafiador fez a instituição elevar as projeções para a moeda. Para este ano, a expectativa é que a cotação termine a R$ 5,15, ante os R$ 5 previstos anteriormente, e de R$ 5,20 para R$ 5,25 no próximo ano.
No ano até o dia 3 de junho, o dólar acumula uma alta de 7,85%. Nesta terça-feira, a moeda é negociada a R$ 5,289, alta de 1,09% por volta das 15h15 (horário de Brasília).
CENÁRIO EXTERNO E FATORES
O cenário externo também deverá contribuir para a condução da política monetária no Brasil. O Itaú espera que o ciclo de redução da Selic termine com a taxa básica em 10,25%, meio ponto percentual acima da projeção anterior.
Na avaliação dos economistas, são dois os principais fatores que tem levado o dólar para um patamar superior. O primeiro é a divergência da política monetária nos Estados Unidos, em que a economia continua resiliente mesmo com inflação mais elevada, o que faz com que o corte de juros seja adiado.
O segundo fator é o aumento do risco geopolítico, que inclui o Oriente Médico, a guerra na Ucrânia e o aumento da tensão comercial entre China e Estados Unidos.
Nesse cenário, a avaliação é que o dólar pode subir em torno de 1,5% até o final do ano. O movimento pode ser intensificado com as tensões geopolíticas. Um dos indicadores analisados para medir esse risco é a relação entre ouro e cobre. Para cada aumento de 10%, já é um potencial de valorização do dólar de 2%.