A fuga é atribuída por operadores às dúvidas dos investidores sobre a capacidade do Governo de Lula da Silva de reduzir o grande défice fiscal do país, o que fez com que o real acumulasse uma depreciação de 27,35% em relação ao dólar em 2024, a maior queda desde 2020.
O Brasil registrou em 2024 um fluxo cambial negativo de US$ 15,9 bilhões. Foi a terceira maior saída líquida anual de dólares do País desde 2008, quando começa a série histórica do Banco Central. Esses resgates de dólares só foram maiores que no ano passado em 2019 e em 2020, quando atingiram US$ 44,768 bilhões e US$ 27,923 bilhões, respectivamente – período marcado pelos efeitos da pandemia de covid-19.
Só em dezembro, as reservas internacionais do país diminuíram em US$ 24,314 bilhões (8,46%), a maior queda para um único mês de toda a série histórica do Banco Central, iniciada em 2008. Os números refletem a venda de dólar pelo BC, em leilões, para compensar a fuga da moeda do mercado financeiro. Até agora, a maior redução mensal nas reservas, de 5,32%, havia acontecido em março de 2020, quando a pandemia de covid-19 começou. Em 2024, o dólar acumulou alta de 27% e encerrou o ano cotado a R$ 6,18.
Os dados de 2024, divulgados pelo BC nesta quinta-feira (2) são preliminares e incorporam o fluxo contabilizado entre 1º de janeiro e 27 de dezembro.
Informações sobre o movimento de câmbio nos dias 30 e 31 serão publicadas na próxima quarta-feira (8).