Bolsonaro transmite ao vivo reunião com embaixadores

Na tarde desta segunda (18), ocorreu a reunião promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com embaixadores estrangeiros.

O chefe do Executivo teve como objetivo apresentar um PowerPoint com sobre situações em torno do sistema eleitoral brasileiro.

Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, chegaram a ser convidados, mas declinaram.

Cerca de 40 embaixadores estrangeiros estiveram presentes no Palácio da Alvorada. A lista de embaixadores presentes não foi divulgada.

Ministros do governo, como Carlos França (Relações Exteriores), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Ciro Nogueira (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) também estiveram presentes à apresentação.

EMBAIXADORES

Entre os embaixadores convidados que compareceram estavam os de Portugal (Luís Faro Ramos), da Rússia (Alexey Labetskiy), da França (Brigitte Collet), da Espanha (Fernando García Casas), do Uruguai (Guillermo Valles Galmés), da Itália (Francesco Azzarello), do Marrocos (Mohamed Louafa) , da Palestina ( Ibrahim Alzeben) e da Colômbia (Dario Montoya). Indicada por Juan Guaidó — presidente interino da Venezuela, reconhecido pelo Brasil e outros países — Maria Teresa Belandria também participou. 

Em relação aos Estados Unidos, que está sem embaixador, o chefe do posto em Brasília, Douglas Koneff, encarregado de negócios da embaixada, participou como convidado da reunião.

Durante a apresentação Bolsonaro falou a respeito das urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro.

“Nós queremos, obviamente, estamos lutando, para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro. Nós queremos corrigir falhas. Queremos transparência. Nós queremos democracia de verdade” declarou

Bolsonaro questionou o que observadores internacionais iriam fazer aqui já que não tem como fiscalizar as urnas

O presidente falou sobre dúvida nas eleições de 2014 mas disse que não entraria neste assunto

O presidente disse se sentir envergonhado de ter que falar sobre o que vem ocorrendo no Brasil

Em nota oficial, o Palácio do Planalto afirmou que o encontro desta segunda-feira ocorreu com o objetivo de ser um “intercâmbio de ideias sobre o processo eleitoral em curso no nosso país” e que o presidente Jair Bolsonaro “sublinhou aos titulares e representantes diplomáticos presentes seu desejo de aprimorar os padrões de transparência e segurança do processo eleitoral brasileiro”.

Bolsonaro baseou a apresentação em um inquérito aberto pela Polícia Federal em 2018, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a invasão de um hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O órgão informou em outras oportunidades que esse acesso foi bloqueado e não interferiu nos resultados. O presidente já recorreu a esse inquérito em outros momentos para apontar suposta fragilidade na segurança das urnas.

Ainda sobre o pleito, o presidenciável voltou a falar que as Forças Armadas foram convidadas pela Justiça Eleitoral a participar da Comissão de Transparência das Eleições, instalada pelo TSE. Os militares enviaram ao tribunal um documento com dez medidas para, segundo eles, ampliar a confiabilidade do processo eleitoral. O texto foi analisado pelo colegiado do TSE.

“O nosso objetivo é transparência e confiança nas eleições. Quem ganhar, o outro lado tem que se conformar. Estamos a três meses das eleições. As propostas sugeridas pelas FA praticamente estacam a manipulação de números” ilustrou.

O chefe do Executivo também aproveitou o evento para criticar o adversário Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência, além dos ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF. Fachin também é o presidente do TSE, mas será substituído por Moares de forma oficial no dia 16 de agosto.

“Quando se fala em eleições, vem à nossa cabeça transparência. E o senhor Barroso [Luís Roberto Barroso, ex-presidente do TSE], também como senhor Edson Fachin [presidente do TSE], começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe. É exatamente o contrário o que está acontecendo. Não é o TSE que conta os votos, é uma empresa terceirizada. Nem precisava continuar essa explanação aqui. Nós queremos, obviamente, estamos lutando para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro” completou.

Bolsonaro ressaltou que viaja por todo o Brasil, “no meio do povo”, enquanto “o outro lado não”, em referência a Lula. Disse que as pessoas que estão ao lado do seu adversário não querem um sistema eleitoral transparente e ainda esperam o reconhecimento do resultado da eleição imediatamente.

O presidente também voltou a afirmar, durante a apresentação aos embaixadores convidados, a tese de que o voto impresso seria mais seguro que as urnas eletrônicas. Segundo o presidenciável, o sistema utilizado desde 1996 sem qualquer caso confirmado de fraude ou adulteração, permite fraudes.

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