O ex-presidente Jair Bolsonaro contou ao Metrópoles que se encontrou pessoalmente com representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) na manhã de quinta-feira (13/2) para relatar sua visão sobre Alexandre de Moraes. A comitiva, liderada pelo advogado colombiano Pedro Vaca Villarreal, procurou Bolsonaro em Brasília após ouvir tanto críticos do ministro do STF quanto o próprio magistrado.
Bolsonaro saiu otimista da reunião. “Conversamos por cerca de 50 minutos. Ele [Pedro Vaca Villarreal] se mostrou interessado no que eu falava e disse que vai fazer um relatório sincero sobre o que está acontecendo aqui no Brasil”, afirmou o ex-presidente. Durante o encontro, ele também interagiu com outros membros da equipe da OEA.
Em seu relato a Pedro Vaca, Bolsonaro reforçou sua posição de que Alexandre de Moraes manipularia depoimentos, realizaria “pesca probatória” e decretaria prisões sem a devida formalização de denúncias. O ex-presidente argumentou que opositores do governo seriam alvo de “perseguição política”, conduzida por meio de inquéritos no STF.
Há indícios de que Alexandre de Moraes poderá enfrentar, pela primeira vez, desafios com potencial para colocá-lo em uma posição desconfortável. A visita da OEA ao Brasil resultará na elaboração de um relatório detalhado sobre a atuação do ministro do Supremo. Um dos fatores que sustentam essa expectativa está relacionado ao financiamento da organização.
O governo dos Estados Unidos, atualmente liderado por Donald Trump, é o principal financiador da OEA. Além de ser um aliado de Bolsonaro, Trump tem em seu círculo próximo dois críticos de Moraes: o empresário Elon Musk e o estrategista Jason Miller, ambos afetados por decisões judiciais do magistrado brasileiro.
Sem hesitação, Trump já cortou trilhões de dólares destinados pelos EUA a ONGs e à agência USaid, responsável pelo financiamento de projetos no exterior. A cúpula da OEA tem ciência desse contexto e, por questões estratégicas, deverá produzir um relatório que evite qualquer impressão de omissão no caso envolvendo Moraes.
Para este ano, está previsto que os Estados Unidos contribuam com 52 milhões de dólares para a Organização dos Estados Americanos, valor que representa metade do total arrecadado pelo órgão entre todos os países-membros.
Pedro Vaca Villarreal ocupa o cargo de relator especial para a Liberdade de Expressão na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão vinculado à OEA e composto por 34 nações, incluindo o Brasil. A CIDH está investigando as denúncias apresentadas por Bolsonaro e parlamentares da oposição.
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