Na abertura da feira de supermercados Apas Show, Jair Bolsonaro questionou se o PT já sabe do resultado das eleições presidenciais.
Bolsonaro disse que o senador Jaques Wagner (PT-BA), que atua na pré-campanha Lula, tem conversado com embaixadores para falar sobre a posse do petista e ironizou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Eu vejo hoje na mídia que o nosso querido Jaques Wagner já está entrando em contato com embaixadores sobre a posse do Lula. Quem está dando essa certeza para ele? Eu acho que não é o nosso inexpugnável TSE. Quem está dando essa certeza para ele? Quem eles querem enganar?”, acrescentou.
“A alma da democracia é o voto. O TSE convida as Forças Armadas a participar do processo. As Forças Armadas levantam mais de 600 vulnerabilidades. Dá para vocês entenderem? 600 vulnerabilidades. Faz seu trabalho, apresentam sugestões… não valem as sugestões. Não vale. Democracia? Eleições? Quanto mais transparente, melhor”, afirmou.
“Ou nós decidimos, no voto, para valer, contabilizado, auditado ou a gente se entrega. E se se entregar, serão 50 anos ou mais para voltar a situação que está hoje em dia”, acrescentou.
Bolsonaro também criticou a revisão do marco temporal das terras indígenas pelo Supremo e ameaçou não cumprir a decisão caso seja favorável a novas demarcações. Proferindo palavrões, ele disse ainda que restaria “entregar a chave” da Presidência nas mãos do Supremo Tribunal Federal ou ainda “não cumprir a decisão”.
“Eu sei que não deveria falar. Mas temos no Brasil o equivalente à Região Sudeste demarcada como terra indígena. Só para lembrar: São Paulo, Minas, Rio e Espírito Santo. Olha o tamanho da área. Isso demarcado como terra indígena. Está dentro do Supremo Tribunal Federal, que o ministro Fachin luta de todas as maneiras para aprovar o novo marco temporal. O que é isso? Leva-se em conta não mais o limite final de ocupação de terras por indígenas, mas fica sendo para a vida toda. De imediato, caso seja aprovado, nós teremos além da região Sudeste, uma área equivalente a região Sul demarcada como terra indígena e, pela localização geográfica, teremos mais uma área do tamanho do estado de São Paulo inviabilizada para o agronegócio. Acabou. Acabou, porra!”.
“Não devemos medir palavras para defender o nosso Brasil. Ficam alguns de frescura: ‘Ele fala palavrão’. Então, vota naquele do passado que falava bonito e ferrava vocês! A minha passagem de vida militar me fez usar alguns palavrões de vez em quando. Eu peço desculpa aos senhores, mas é uma realidade. O que sobra para mim se o Supremo aprovar isso daí? Eu tenho que pegar a chave da Presidência, entregar lá no Supremo e falar: ‘Toma, é de vocês’. Ou falar: ‘Não vou cumprir’. O que que eu faço? Isso não é minha vida, é de vocês todos”, completou.
Em certo momento Bolsonaro citou Lula de “nine” e disse que, caso o PT volte ao poder, o país levará 50 anos para se recuperar.
“Eu vi o ‘nine’ falando aí que eu vou perder a eleição e vou perder a minha família toda. Tá achando que vai me intimidar, pô? Dando recado? Ou nós decidimos no voto para valer, contabilizado, auditado ou a gente se entrega. E se se entregar, vai levar 50 anos ou mais para voltar a situação que está hoje em dia. Não sou o fodão, não, mas creio que já dei provas mais que prova suficiente a todos que a gente tem que conduzir com pulso firme o destino do Brasil”.
Em seguida, voltou a acenar ao empresariado pelas eleições de outubro.
“O meu juramento tenho certeza que é o mesmo de vocês, é dar a vida pela nossa liberdade. Nós não podemos esperar chegar 2024, 2025, olhar para trás e pensar: ‘O que nós não fizemos em 2022 para o Brasil estar essa merda que está hoje?’. O linguajar é esse. Tem que chocar”, defendeu.