O presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar, uma dia após a derrota da PEC do voto auditável, a lisura das eleições.
Durante conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, nesta quarta (11), Bolsonaro afirmou que o resultado do parlamento mostra que metade dos parlamentares não acredita no atual sistema eleitoral e que outros sofreram retaliação para votar pela derrubada da PEC.
“Enquanto vivo for, essa é nossa bandeira”, destacou.
“Prestem bem atenção: 450 deputados votaram ontem. Foi dividido em 229, 228, dividido. É sinal de que metade não acredita 100% na lisura dos trabalhos do TSE. Não acreditam que o resultado ali no final seja confiável, ok? Dessa outra metade que votou contra, a gente tira PT, PCdo B, PSol, e para eles é melhor o voto eletrônico. Para eles é melhor o voto eletrônico como está aí. Desses outros, tirando os partidos de esquerda que votaram contra, muita gente votou preocupado. Agora, realmente, né, tão com problemas essas pessoas que resolveram votar com o presidente do TSE. Os que se abstiveram, numa votação on-line, abstenção é muito difícil acontecer, é sinal que também ficaram preocupados com retaliações”, apontou.
“Partindo desse princípio, hoje em dia sinalizamos para uma eleição, não é que está dividido, uma eleição onde não vai se confiar no resultado das apurações. O que eu quero é que cada um de vocês aqui vote e o voto seja contado. Se a gente perder, o prefeito pode perder a reeleição um dia, o vice também, mas tem que ter certeza na ponta da linha realmente foi a manifestação da maioria do seu município”, acrescentou.
“Um recado para todo mundo: a maioria da população está conosco. Está com a verdade. Então pessoal, nós vivemos numa democracia, se está difícil de lutar enquanto tem liberdade depois que vocês perderem a liberdade vai ser impossível lutar.
“Quero agradecer metade do parlamento que votou favorável ao voto impresso. Parte da outra metade que votou contra, que entendo que votou chantageada, uma outra parte que se absteve, não são todos, mas alguns também não votaram com medo de retaliação”
Bolsonaro ainda destacou que as eleições de 2022 deverão enfrentar o que chamou de “mácula da desconfiança”.
“Eu perguntaria aqueles que estão trabalhando por interesses pessoais, que não são interesse do Brasil, se eles querem enfrentar eleições no ano que vem com a mácula da desconfiança que não é de agora. E eu tenho a certeza de que esse pessoal que votou ontem, cada vez mais teremos mais gente ao nosso favor. Agora, a gente não pode deixar que meia dúzia de funcionários numa sala escura conte os votos e decida as eleições”, concluiu.