O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (27) que assinou o perdão ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) para “dar exemplo” ao STF.
“Exerci meu poder para dar exemplo ao Supremo Tribunal Federal, assinando a graça. Devemos respeitar os outros Poderes, mas nunca temer. É com a força de Deus que governamos para mostrar onde podemos ir” disse Bolsonaro em um evento da Assembleia de Deus em Goiânia, Goiás.
Bolsonaro concedeu a graça ao parlamentar em 21 de abril, um dia após Silveira ser condenado pela Corte a oito anos e nove meses de prisão.
Bolsonaro voltou a levantar a hipótese de descumprir uma decisão do STF se a Corte decidir pela revisão do marco temporal, o que tem o potencial de ampliar o número de terras indígenas no país.
“Se isso acontecer, só tenho duas alternativas: pegar a chave da Presidência, me dirigir ao presidente do Supremo, e dizer: “Olha, administre o Brasil”, ou não cumprir ” declarou, afirmando que não se trataria de uma ameaça.
“O alvo sou eu”, diz Bolsonaro, sobre investigações conduzidas por Alexandre de Moraes
Bolsonaro voltou a repetir , hoje em sua live semanal, que se considera o principal alvo das investigações do ministro do STF Alexandre de Moraes.
“O alvo sou eu”, disse o presidente. Ele ainda voltou a criticar o inquérito das fake news, que miram o presidente e apoiadores.
“Me apresente, senhor Alexandre de Moraes, uma matéria do gabinete do ódio”, continuou o presidente.
“O que se faz o tempo todo: se atira em cima do Carlos Bolsonaro, meu filho. reviram a vida dele de cabeça pra baixo e chacoalham o tempo todo, porque ele é o coordenador mais importante das mídias sociais.”
Em evento realizado hoje na Universidade de São Paulo (USP), o ministro do STF Alexandre de Moraes negou que o inquérito das fake news tenha como objetivo censurar as redes sociais, mas acrescentou que as plataformas foram cooptadas “pelo populismo de extrema-direita”, em uma referência indireta ao presidente da República.