O Banco Central (BC) informou, nesta quinta-feira (19/12), que a probabilidade da inflação estourar o teto da meta de 2024 é de 100% — a estimativa anterior (de setembro) era de 36%. Os dados estão no relatório de inflação do quarto trimestre.
A meta da inflação é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, sendo 1,5% (piso) e 4,5% (teto). O objetivo foi traçado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo BC e pelos ministérios da Fazenda e Planejamento.
No relatório, o BC também admitiu que a inflação vai ultrapassar os 4,5% em 2024.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, está em 4,87% no acumulado de 12 meses até novembro, valor acima do teto da meta. No mês passado, a guinada na inflação foi puxada, principalmente, pelo aumento no grupo Alimentação e bebidas (1,55%).
No ano, o IPCA acumulado é de 4,29%. A projeção do mercado financeiro é de que a inflação some mais 0,58% em dezembro, segundo o relatório Focus dessa segunda-feira (16/12). Com isso, o índice fecharia acima dos 4,5%.
O que acontece se a meta for descumprida?
Em caso de descumprimento da meta, o BC precisa divulgar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões para o estouro. Isso porque a autoridade monetária é que faz o controle da inflação, por meio da taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias.
Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano, após decisão unânime do Copom de fazer um acréscimo de 1 ponto percentual. O comitê ainda comunicou dois novos aumentos na taxa de juros em 2025.
A próxima divulgação oficial do IPCA está prevista para ocorrer em 11 de janeiro.