Áudio Vazado de Mauro Cid revela pressão da PF e diz “A lei já acabou. A lei ‘é’ eles”

Gravações atribuídas ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-assistente de Jair Bolsonaro, foram divulgadas, revelando sérias acusações contra a investigação da Polícia Federal (PF) sobre um possível golpe de Estado. Nestas, Cid expressa sua frustração, chamando a investigação de “narrativa pronta” e alegando que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, já havia condenado os envolvidos. (Áudio no final do artigo).

Conforme os áudios, Cid contou que foi coagido durante seus depoimentos e criticou duramente o ministro Alexandre de Moraes, responsável por validar sua delação. Ele disse que os agentes tentaram fazer com que ele falasse sobre acontecimentos que não testemunhou ou que não aconteceram.

“Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo”, disse Cid em uma das gravações.

Cid também falou de Alexandre de Moraes, relator das investigações em curso no STF contra o ex-presidente Bolsonaro.

“O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, afirmou

Cid também revelou a existência de um encontro entre o magistrado e Bolsonaro, sem fornecer detalhes específicos.

“Eu falei daquele encontro do Alexandre de Moraes com o presidente, eles ficaram desconcertados, desconcertados. Eu falei: ‘Quer que eu fale?’”, revelou Cid.

E continuou: “O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR [procurador-geral da República] acata, aceita e ele prende todo mundo”.

Cid também disse que sua relação com Bolsonaro o prejudicou gravemente, ao contrário de outros militares próximos ao ex-presidente.

“Quem mais se fudeu foi eu, quem mais perdeu coisa foi eu. Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo. Presidente (Bolsonaro) teve Pix de milhões, ficou milionário, né? Tá todo mundo aí, político é até bom porque eles depois conseguem se eleger fácil. O único que teve pai, filha, esposa envolvido, o único que perdeu carreira, único que perdeu vida financeira toda fudida foi eu”, desabafou o tenente-coronel.

Confira a áudio:

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