Parlamentares da oposição na Coreia do Sul apresentaram, na quarta-feira (4), um pedido de impeachment contra o presidente Yoon Suk-yeol. A iniciativa ocorreu após o anúncio de uma lei marcial na noite anterior, que foi revogada após ser contestada pelo Congresso, em meio a uma crise política que mobilizou milhares de pessoas nas ruas de Seul.
Kim Yong-min, deputado do Partido Democrata, anunciou o pedido durante uma coletiva de imprensa. A votação está marcada para sexta-feira (6). Caso mais de dois terços dos 300 parlamentares aprovem o impeachment, Yoon será afastado do cargo enquanto o Tribunal Constitucional analisa a decisão.
O partido de Yoon, o conservador Partido do Poder Popular, possui 108 cadeiras na Assembleia Nacional. Isso significa que, para o impeachment ser aprovado, será necessário o apoio de alguns parlamentares da base governista.
Na foto acima, o principal líder do Partido Democrata da oposição da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, observa enquanto as pessoas seguram cartazes que dizem “Renuncie, presidente Yoon Suk Yeol” e “Investigue seu ato de rebelião imediatamente”, em um comício para condenar as declarações surpresa do presidente sul-coreano sobre a lei marcial na noite passada e para pedir sua renúncia, na assembleia nacional em Seul, Coreia do Sul, 4 de dezembro de 2024. REUTERS/Kim Hong-Ji
Se o presidente for afastado, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumirá temporariamente as funções presidenciais. Se Yoon for removido definitivamente, novas eleições terão que ser realizadas em até 60 dias.
O que aconteceu na Coreia do Sul
A declaração de lei marcial por Yoon, feita em um discurso não programado na noite de terça-feira, provocou reações intensas. Cerca de 300 tropas militares invadiram a Assembleia Nacional, levantando temores de que estivessem tentando prender parlamentares contrários à medida. Imagens de câmeras de segurança mostraram cenas dramáticas do momento em que as forças chegaram ao complexo.
O episódio foi comparado à repressão do levante de Gwangju, há mais de 40 anos, quando um regime militar respondeu com brutalidade aos protestos populares.
A instabilidade política abalou os mercados sul-coreanos, com o índice da bolsa de Seul fechando em queda de 1,4%, após perdas mais acentuadas ao longo do dia.
Antes do amanhecer de quarta-feira, Yoon revogou a lei marcial, diante da pressão popular e do tumulto político. No entanto, o estrago à sua gestão já estava feito.
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