Almirantes da reserva são detidos na Turquia por críticas a projeto de Erdogan

Hoje na Turquia, dez almirantes da reserva foram detidos após criticarem, ao lado de outros ex-oficiais, o projeto do “Canal Istambul”, do presidente Recep Tayyip Erdogan.

Quem confirmou a informação foi a Procuradoria Geral de Ancara. Os Almirantes integram o grupo de 104 signatários de uma carta aberta que alerta para a ameaça que poderia representar o projeto “Canal Istambul” para um tratado que garante a livre-circulação no Estreito de Bósforo.

Quatro oficiais da reserva não foram detidos por sua idade, mas receberam ordens de comparecer à polícia nos próximos três dias.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan acusou os almirantes de insinuarem “um golpe de Estado político”.

“O dever dos almirantes aposentados não é publicar declarações com insinuações de um golpe de Estado político. Nenhum funcionário aposentado tem o direito de tomar esse caminho”, declarou Erdogan

“Não tem nada a ver com a liberdade de expressão. Em um país cuja história está repleta de golpes, é inaceitável”, acrescentou Erdogan.

Foi aberta uma investigação judicial contra os militares da reserva por “reunião com o objetivo de cometer um crime contra a segurança do Estado e a ordem constitucional”, informou a Procuradoria.

A aprovação no mês passado na Turquia de planos para desenvolver em Istambul um canal de navegação comparável ao do Panamá, ou de Suez, provocou um debate sobre a Convenção de Montreux.

“Canal Istambul” é o mais ambicioso do que o presidente Erdogan chama de seus “projetos loucos”, que transformaram o país com novos aeroportos, pontes, estradas e túneis em seus 18 anos de poder.

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