Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos e retornará à Casa Branca para um segundo mandato, após quatro anos afastado. O empresário venceu a vice-presidente Kamala Harris, candidata democrata apoiada pelo atual presidente Joe Biden, que havia derrotado Trump em 2020.
Trump alcançou o número necessário de delegados no Colégio Eleitoral — o sistema usado nos EUA para determinar o vencedor da eleição presidencial. A Associated Press relatou que sua vitória foi ampla e rápida, com uma liderança tanto nos votos populares quanto na quantidade de delegados, algo que não ocorria há 20 anos.
Trump conquistou todos os estados-chave e avançou até em redutos tradicionalmente democratas, surpreendendo até mesmo seu comitê de campanha, de acordo com o “The New York Times”. Ele superou Kamala Harris tanto no voto popular quanto no Colégio Eleitoral, onde acumulou 277 delegados, sete a mais que o mínimo necessário para vencer.
Nos Estados Unidos, a vitória é determinada pelo número de delegados, representantes dos eleitores em cada estado, que refletem o voto popular. Cada estado possui uma quantidade específica de delegados que são atribuídos ao candidato mais votado localmente. Por isso, é possível vencer no Colégio Eleitoral mesmo com menos votos populares, como ocorreu na primeira vitória de Trump em 2016 sobre Hillary Clinton.
As pesquisas de intenção de voto, que apontavam uma disputa apertada e um possível cenário de vitória para Kamala Harris nos votos populares, não se confirmaram. Trump garantiu vitórias tanto no voto popular quanto nos sete estados decisivos — Carolina do Norte, Geórgia, Wisconsin, Michigan, Arizona, Nevada e Pensilvânia.
Desde que Harris assumiu a candidatura democrata após a desistência de Joe Biden, as pesquisas indicavam empate técnico nesses estados-chave. Em alguns deles, Trump já aparecia ligeiramente à frente, mas dentro da margem de erro. Com a apuração em andamento, ele já tinha vencido em quatro desses estados, e a Associated Press projetava a vitória em todos.
Avanço em estados democratas
O desempenho de Trump também foi melhor que o previsto e o que em eleições anteriores nos estados tradicionalmente democrata.
Apesar de Kamala Harris ter vencido a corrida deste ano nesses estados, a margem com Trump foi menor que a esperada. Foi o caso de Virginia, Minnesota e Novo México.
Na maioria dos estados democratas, Trump superou seu desempenho em 2020, quando perdeu para Joe Biden.
Subúrbios
Foi dos subúrbios dos principais centros urbanos dos Estados Unidos de onde saíram os primeiros sinais de que o desempenho de Trump nos redutos democratas poderiam ser melhor que os esperados.
Historicamente, subúrbios mais ricos e com melhores níveis de educação de cidades como Kansas City, Phoenix e Nova Orleans, capitais de estados republicanos, votam pelo Partido Democrata.
Este ano, no entanto, o apoio desses distritos para Kamala Harris foi o menor que o esperado, em um sinal de perda de força do partido nestas eleições.
Wisconsin
Coincidentemente foi com os delegados de Wisconsin, um estado onde os republicanos concentraram esforços durante a campanha, que Trump garantiu a vitória nesta eleição.
Justamente o resultado de Wisconsin, um dos sete estados-chave, que fez com que o republicano conquistasse o número mínimo de 270 delegados para vencer o pleito.
Em 2016, Trump perdeu no estado por uma margem apertada para Biden. Desde então, o Partido Republicano traçou a estratégia de tentar reconquistar os eleitores de Wisconsin. Exatamente por isso, a Convenção Nacional da sigla aconteceu lá, em julho.
Você precisa fazer login para comentar.