44º dia foi marcado por ataque a estação de trem e cerco a Donbass
Ataques a uma estação de trem na cidade de Kramatorsk, na região ucraniana de Donetsk, e avanço das tropas russas na região separatista de Donbass marcaram esta sexta-feira (8), 44º dia de invasão da Rússia à Ucrânia.
Ao menos 50 pessoas morreram nos ataques com míssil Tochka-U. Havia cerca de 4.000 pessoas na estação que tentavam deixar a região por causa do conflito, disse o prefeito Oleksandr Honcharenko.
A Rússia nega a autoria do bombardeio e afirma que os mísseis que atingiram o local não são utilizados pelas forças armadas do país.
Já em Donbass, o governo ucraniano afirma que há uma tentativa de “avanço maciço” das tropas russas, que se reagruparam após o recuo de regiões centrais.
Países do BRICS estarão no centro da nova ordem mundial, diz vice-chanceler russo
As nações do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estarão no centro de uma nova ordem mundial, disse o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov.
Ryabkov também comentou que a decisão do presidente, Vladimir Putin, de determinar que pagamentos de gás russo por países considerados “hostis” terão que ser feitos em rublos “não é uma mudança nos termos dos contratos”, mas sim “uma proteção dos interesses russos“.
“Não estamos modificando [os termos dos] contratos, estamos protegendo nossos interesses de um tsunami, uma onda de sanções totalmente irresponsável que atingem os fundamentos do comércio internacional e do sistema internacional”, afirmou.
O diplomata espera que os países europeus revejam sua decisão de não pagar o gás em rublos e encontrem uma abordagem criativa para a questão, uma vez que “a Rússia sempre foi um fornecedor confiável e pretende continuar as entregas de gás para a Europa”.
Rússia recorre ao UnionPay da China após Visa e Mastercard deixarem o país
Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, muitas empresas suspenderam seus serviços do país, incluindo a Mastercard, a Visa e a American Express.
Após a saída das provedoras norte-americanas, a Rússia anunciou que vai recorrer à China UnionPay — maior provedora de cartões do mundo — para suprir as atividades de pagamento e liquidação do país.
Segundo as provedoras de pagamentos, os cartões emitidos fora do país não funcionarão mais em caixas eletrônicos ou comércios domésticos.
Entretanto, os cartões Mastercard e Visa emitidos no país ainda poderão ser aceitos até a data de expiração, segundo o Banco Central da Rússia.
Após a saída das provedoras, o maior banco da Rússia, Sberbank, anunciou que a empresa tem analisado a possibilidade de emitir cartões usando o sistema chinês, UnionPay, em conjunto com o sistema de pagamentos domésticos russo, Mir, segundo a Bloomberg.
Enquanto isso, o Alfa Bank e o Tinkoff Bank também têm conversado com a Unionpay e estudado a possibilidade de emitir cartões por meio do sistema de pagamentos chinês.
Caso a UnionPay seja amplamente adotada pelos bancos russos, os cidadãos terão a possibilidade de fazer pagamentos em lojas físicas de mais de 180 países ao redor do mundo e transações internacionais on-line em mais de 200 regiões no exterior.
Atualmente, a UnionPay conta com mais de 7 bilhões de cartões em circulação — grande parte na China.
É importante destacar que antes do anúncio da saída da Visa, da Mastercard e da Amex, diversos bancos russos já emitiam cartões da UnionPay.
Hungria vai quebrar sanções em caso de pagamento de gás russo em rublos, diz Von der Leyen
A Hungria violará o regime de sanções se pagar o gás russo em rublos, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta sexta (8).
Em 6 de abril, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban disse que seu país não tem problemas em pagar em rublos.
“O que Putin está sugerindo – transformar euros em rublos e depois pagar a conta do gás – seria uma violação das sanções. Se você fizer isso, pagar em rublos, violará as sanções, contornar as sanções que aplicamos à Rússia”, disse Von der Leyen.
Segundo ela, a Hungria está atualmente alinhada com o regime de sanções, acrescentando que a UE nunca esteve mais unida do que agora, e nenhum país quer ser o primeiro a quebrar essa solidariedade.
Ursula von der Leyen e Zelensky reúnem-se em Kiev
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky se reúnem hoje (8) em Kiev, a capital ucraniana, para debater as sanções à Rússia bem como os ataques do Exército de Moscou.
Depois do encontro, a líder da Comissão Europeia e o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, seguem para Varsóvia, na Polônia, onde devem participar do evento Stand up for Ukraine, que será realizado amanhã (9) e se destina a angariar fundos para os refugiados ucranianos.
A visita demonstra apoio europeu à Ucrânia, tanto diplomático como também financeiro e militar (fornecimento de armas).
Le Pen diz não apoiar sanções contra matérias-primas e gás russos
Candidata presidencial na França e líder do partido de direita Rally Nacional, Marine Le Pen disse nesta sexta-feira (8) que se opõe às sanções contra as matérias-primas russas e ao embargo ao gás, petróleo e carvão russos, uma vez que serão graves consequências para a economia francesa e mundial.
“Concordo com as sanções, inclusive contra os oligarcas [russos]. A única coisa que não quero são sanções contra matérias-primas, que terão consequências terríveis para os franceses e o resto do mundo”, disse Le Pen em entrevista para uma rádio.
“Sou contra tudo que resulte em aumento de pagamentos para os franceses. Minha prioridade são os franceses e seu poder de compra”, concluiu Le Pen.
Além disso, o candidato presidencial observou que a França deve impedir que a Rússia, o maior país do mundo, se reaproxime da China, o país mais populoso do mundo, pois isso seria um problema sério para Paris.
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