43º dia conflito Rússia x Ucrânia

Otan pede que membros enviem ‘armas mais pesadas’ para a Ucrânia

O líder da Otan pediu aos países membros nesta quinta (7) que enviem “armas leves, mas também armas mais pesadas” para a Ucrânia , enquanto os ministros das Relações Exteriores estão se reunindo na Bélgica para mapear os próximos passos da aliança na luta contra as forças armadas do presidente russo, Vladimir Putin. 

O pedido vem após a inteligência britânica sugere que as forças russas estão mirando infraestrutura em uma tentativa deliberada de sabotar as linhas de suprimentos militares ucranianos antes do que se espera ser um novo ataque no leste do país, que agora se tornou o principal objetivo territorial de Moscou. 

“Pedi aos aliados que forneçam mais apoio a muitos tipos diferentes de sistemas, tanto armas leves quanto armas pesadas”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que está em Bruxelas na quinta-feira para a reunião, também deixou claro seu foco: “Minha agenda é muito simples… são armas, armas e armas”. 

Ele teria pedido aviões, veículos blindados, mísseis terrestres e sistemas de defesa aérea.

“Quanto mais armas obtivermos e quanto mais cedo elas chegarem à Ucrânia, mais vidas humanas serão salvas”, acrescentou Kuleba, chamando especificamente a Alemanha, observando que “enquanto Berlim tem tempo, Kiev não”. 

O Ministério da Defesa do Reino Unido disse na quinta-feira que “a artilharia russa e os ataques aéreos continuam ao longo da linha de controle de Donbas”, já que “os ataques contra alvos de infraestrutura no interior da Ucrânia provavelmente visam degradar a capacidade dos militares ucranianos de reabastecer e aumentar a pressão sobre o governo ucraniano.” 

Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

Kiev é controlada por Washington e aliados e empurrada para continuar ações de combate

A Rússia continuará as negociações com a Ucrânia insistindo em sua versão do projeto de acordo, relatou na quinta-feira (7) Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo.

O chanceler russo disse que o projeto de acordo apresentado na quarta-feira (6) pela Ucrânia difere do que foi proposto em Istambul.

“Ontem [6] o lado ucraniano apresentou ao grupo de negociações seu projeto de acordo, que mostra claramente um afastamento das disposições mais importantes da reunião de Istambul em 29 de março”, apontou ele.

Além disso, nessa reunião a Ucrânia se comprometeu que as garantias de segurança não abrangeriam a Crimeia, mas agora esse ponto está ausente, referiu o chanceler da Rússia.

“Lembro que naquele documento de Istambul os ucranianos explicaram claramente que as futuras garantias de segurança da Ucrânia não se aplicam à Crimeia e a Sevastopol. Já no projeto de ontem essa constatação clara está ausente”, contou Sergei Lavrov.

O ministro acrescentou que em vez dela surge “uma formulação vaga sobre algum tipo de controle efetivo como existia em 23 de fevereiro”.

Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores russo

EUA ameaçam sancionar China se o país asiático apoiar a Rússia

A guerra na Ucrânia devem dar à China um “bom entendimento” das consequências que pode enfrentar se fornecer apoio material a Moscou, disse o vice-secretário de Estado dos EUA, relatou o jornal americano The Guardian.

Wendy Sherman, ao falar em uma audiência do comitê de relações exteriores da Câmara dos Deputados na quarta-feira (6), disse que a “amplitude de sanções” e controles de exportação coordenados entre aliados e parceiros dos EUA contra o presidente russo Vladimir Putin , a economia do país e os oligarcas devem servir como um exemplo para o líder chinês Xi Jinping.

“Isso dá ao presidente Xi, eu acho, uma boa compreensão do que pode acontecer se ele, de fato, apoiar Putin de qualquer maneira material”.

Ela disse que Pequim deveria “tirar as lições certas” da resposta ocidental coordenada sobre a Ucrânia de que qualquer movimento da China para tomar à força a ilha democraticamente governada de Taiwan não seria aceitável.

“Esperamos que a RPC entenda que qualquer ação desse tipo teria uma resposta da comunidade internacional, não apenas dos Estados Unidos”, disse ela, referindo-se à República Popular da China.

Estados Unidos ameaça a Índia e diz que enfrentará custos significativos se continuar alinhada a Rússia

O governo norte-americano, por meio do diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Brian Deese, alertou a Índia para não se alinhar à Rússia e que autoridades norte-americanas estão imensamente “decepcionadas” com algumas das reações de Nova Délhi à invasão da Ucrânia.

Em fala a repórteres, Brian disse “Certamente há áreas em que ficamos desapontados com as decisões da China e da Índia, no contexto da invasão”. Brian continuou suas conversas com os jornalistas onde alertou para as consequências de um “alinhamento estratégico mais explícito” com Moscou, que segundo ele, seriam “significativas e de longo prazo”, em tom mais ameaçador.

A Índia em movimentação contrária a países como os EUA, Europa, Austrália e Japão, declinou em sua decisão de aplicar sanções contra a Rússia e, em vez disso, procurou continuar as importações de petróleo russo, complicando seu relacionamento com Washington.

Cabe lembrar que a índia é considerada peça fundamental no combate da influência chinesa na Ásia, e, portanto, seria “esperado” que eles fizessem movimentações para afetar a Rússia, parceiro sem limites da China.

O presidente dos EUA, Joe Biden, se encontra com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, em 24 de setembro de 2021 [Arquivo: Reuters/Evelyn Hockstein]

Rússia é expulsa do Conselho de Direitos Humanos; Brasil se abstém 

A Assembleia Geral da ONU votou nesta quinta-feira (7) para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos após acusações de que seus militares cometeram atrocidades na Ucrânia. Um total de 93 membros da assembleia votaram a favor da medida, enquanto 24 foram contra e 58 se abstiveram. O Brasil se absteve. 

“O Brasil decidiu se abster, pois acredita que a comissão deve completar a investigação para que as responsabilidades possam ser estabelecidas”, disse. Só com as conclusões é que a Assembleia Geral deveria considerar uma eventual suspensão dos responsáveis.” disse o embaixador Ronaldo Costa Filho

A resolução proposta pela Ucrânia, EUA, Reino Unido e outros países membros da ONU expressou “grave preocupação” com relatos de “violações e abusos graves e sistemáticos dos direitos humanos” e “violações do direito internacional humanitário” pela Rússia como fatores que apoiam a suspensão.

Noventa e três nações votaram pela expulsão da Rússia, enquanto 24 países votaram contra a medida e 58 nações se abstiveram. A resolução exigia uma maioria de dois terços dos votos para adoção.

Na América do Sul, os governos da Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia e Equador deram seu apoio à suspensão. Já países como China, Cazaquistão, Síria, Irã, Cuba, Coreia do Norte e Venezuela se posicionaram contra a medida.

O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, disse antes da votação que a ONU deveria ser chamada de “Titanic” se não “tomasse medidas para salvar o conselho do naufrágio”.

O representante da Rússia se manifestou contra a resolução, assim como outras nações acusadas de abusos de direitos humanos, incluindo Síria, China, Irã, Coreia do Norte, Venezuela e Cuba.

China alerta para fortes medidas se presidente da Câmara dos EUA visitar Taiwan

A China alertou nesta quinta-feira (7) que tomará medidas fortes se a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visitar Taiwan, e acrescentou que tal ação afetaria severamente as relações entre os países. Segundo fontes, Pelosi planeja viagem ao território na próxima semana.

A possível visita não foi confirmada pelo escritório de Pelosi ou pelo governo de Taiwan, mas alguns meios de comunicação japoneses e taiwaneses informaram que a viagem acontecerá depois que a democrata visitar o Japão neste fim de semana.

A China considera Taiwan como seu próprio território e o assunto é uma fonte constante de atrito entre Pequim e Washington, devido ao forte apoio militar e político dos EUA à ilha.

UE aprova 5º pacote de sanções contra a Rússia

Algumas delas são as seguintes: congelamento de ativos de bancos russos; proibição de importações de carvão; embargo de armas; e proibição de exportações de bens de alta tecnologia de até 10 bilhões de euros (aproximadamente R$ 51,5 bilhões).

O Conselho também anunciou a suspensão de importações de matérias-primas de até 5,5 bilhões de euros (cerca de R$ 28,35 bilhões) e a proibição do acesso aos portos da UE a navios com a bandeira russa. Outra proibição se refere a transportadores rodoviários russos e belarussos, que ficam impedidos de entrar em território de países da União Europeia.

“Este pacote será adotado pelo Conselho por procedimento escrito com vista à sua publicação amanhã [sexta-feira, 8] no jornal oficial da UE”, disse o polo de decisão do bloco.A escalada de sanções impostas pelo Ocidente transformou a Rússia, de forma disparada, na nação mais sancionada do mundo, segundo a plataforma Castellum.ai, serviço de rastreamento de restrições econômicas no mundo.

No total, estão em vigor 8.163 medidas restritivas contra a Rússia, de acordo com os cálculos do site. A quantidade é mais que o dobro das 3.616 sanções impostas pelo Ocidente ao Irã. Na sequência aparecem a Síria (2.608), a Coreia do Norte (2.077), a Venezuela (651), Mianmar (510) e Cuba (208).

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