40º dia conflito Rússia x Ucrânia

Exército russo dá ultimato para que forças ucranianas deixem Mariupol até terça-feira

O Exército da Rússia deu um ultimato às forças da Ucrânia que ainda lutam pela defesa da cidade portuária de Mariupol, cenário de intensos combates desde o início da invasão russa ao país, há mais de um mês. A região está quase que totalmente ocupada pelas tropas de Moscou, mas ainda há bolsões de resistência, mesmo diante da artilharia constante.

Segundo o chefe do Centro de Controle de Defesa Nacional da Federação Russa, coronel-general Mikhail Mizintsev, a primeira fase da “proposta” russa é o estabelecimento de um cessar-fogo completo na área, a partir das seis da manhã desta terça-feira, pelo horário local.

Em seguida, todos os integrantes de forças de defesa, incluindo do Exército e paramilitares, devem “entregar as armas e sair pela rota acertada com o lado ucraniano na direção de Zaporíjia até áreas controladas por Kiev”, o que ocorreria a partir das dez da manhã, no horário local.

— Todos aqueles que entregarem suas armas terão garantida a preservação de suas vidas — disse Mizintsev, citado pela Interfax.

Apenas nesta segunda-feira, foram registrados oito ataques com mísseis na região. A Câmara Municipal da cidade afirmou, em publicação em redes sociais, que as forças russas apoiam agora um prefeito autoproclamado e que está colaborando com os representantes de Moscou.

Na entrevista coletiva, o representante do Exército russo afirmou esperar que a Turquia, país que possui bom trânsito com os dois lados no conflito, convença as forças ucranianas em Mariupol a aceitarem as condições para a retirada e a deposição das armas.

Ancara ainda não respondeu, assim como o próprio governo ucraniano e comandantes das milícias e batalhões presentes em Mariupol.

O chefe do Centro de Controle de Defesa Nacional da Federação Russa, coronel-general Mikhail Mizintsev

Rússia nega massacre em Bucha e acusa Ucrânia de armação

Nesta segunda-feira (04), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o governo da Rússia nega e rejeita “categoricamente” a acusação de autoria no assassinato de centenas de civis em Bucha, cidade nos arredores de Kiev.

A Ucrânia diz ter encontrado mais de 400 mortos após tropas russas deixarem a região.

Peskov alegou que os fatos e a cronologia do que aconteceu “não sustentam a versão da Ucrânia”.

Ele ainda acusou Kiev de “montar” um cenário no local, e disse que especialistas russos detectaram várias cenas falsas e edições em vídeos do local divulgados por Kiev.

O porta-voz pediu ainda que líderes da União Europeia e Estados Unidos ouçam todas as versões “antes de fazer um julgamento”.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov

Ministério russo diz que imagens de Bucha, na Ucrânia, foram ‘ordenadas’ para culpar Rússia

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que imagens de civis mortos na cidade ucraniana de Bucha foram “ordenadas” pelos Estados Unidos como parte de um plano para culpar a Rússia, informou a agência de notícias Reuters.

“Quem são os mestres da provocação? É claro que os Estados Unidos e a Otan”, disse a porta-voz do ministério, Maria Zakharova, em entrevista à televisão estatal na noite de domingo (3).

Zakharova disse que os protestos ocidentais imediatos sobre as imagens de civis mortos indicavam que a história fazia parte de um plano para manchar a reputação da Rússia.

“Neste caso, me parece que o fato de essas declarações [sobre a Rússia] terem sido feitas nos primeiros minutos depois que esses materiais apareceram não deixa dúvidas sobre quem ‘encomendou’ essa história.”

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